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Líbia: milícia liberta filho de Muamar Kadafi

Preso desde 2011, Saif al-Islam foi condenado à morte pelo tribunal internacional, mas sentença não foi reconhecida por seus raptores

Por Da redação
Atualizado em 12 jun 2017, 22h42 - Publicado em 12 jun 2017, 17h23

Saif al-Islam, um dos filhos de Muamar Kadafi, foi posto em total liberdade, anunciou no sábado a milícia que o retinha há quase seis anos na cidade líbia de Zintan. Em um comunicado divulgado à imprensa, a Abu Bakr al Siddiq disse que o segundo filho do ex-ditador e um dos seus favoritos foi solto na sexta-feira e imediatamente abandonou a cidade onde foi capturado em novembro de 2011, pouco após o assassinato do seu pai.

“Decidimos liberar Saif al-Islam Kadafi. Ele está completamente livre e abandonou Zintan ontem, 14 de Ramadã”, detalhou a milícia em sua nota. Horas depois da confirmação da notícia, o jornal local Libyan Express revelou que Al-Islam tinha sido levado à cidade de Al Bayda, sede do governo do leste de Líbia.

Formado no London School of Economics em 2008, Al-Islam foi durante anos o rosto mais suave do regime de Kadafi e era apontado como um possível sucessor, conectado ao Reino Unido e à Itália e que sustentava a tentativa de reconciliação de seu pai com a comunidade internacional.

Al-Islam manteve essa política nos primeiros meses da eclosão da revolução líbia e da intervenção da Otan ao defender a realização de novas eleições, proposta rejeitada pelos rebeldes e pela comunidade internacional. Em junho de 2011, a Corte Penal Internacional (CPI) emitiu uma ordem de prisão contra ele e contra o seu pai por crimes de contra humanidade, acusados de assassinar e torturar de civis, crimes que sempre negou.

Al-Islam foi detido na cidade de Sebha pelas milícias de Zintan em 19 de novembro de 2011, um mês após seu pai ser espancado e morto na cidade de Sirte, quando aparentemente tentava fugir do país pela fronteira com o Níger.

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Em 28 de julho do ano seguinte, e após um julgamento à revelia muito criticado, foi condenado à morte por um tribunal de Trípoli, sentença que não foi reconhecida por seus raptores, que sempre se negaram a entregá-lo tanto às autoridades na capital quanto ao tribunal internacional.

Desde julho do ano passado, ele vivia em regime semiaberto, controlado pelas milícias de Zintan, mas com liberdade para receber todo tipo de visitantes. Designado chefe das tribos do oeste da Líbia, formou uma plataforma de defensores do antigo regime muito ativos em Túnis e no oeste de Trípoli, onde propõem o retorno ao poder da família Kadafi como a única via para resolver a crise no país.

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Meios de comunicação locais asseguraram semanas atrás que o filho do ditador tinha sobrevivido “por pouco” a uma tentativa de assassinato na casa em que morava em Zintan, aparentemente obra de um homem que exigia a aplicação da sentença do tribunal de Trípoli.

A Líbia é um Estado falido, vítima do caos e da guerra civil desde 2011, quando a ditadura de Kadafi foi derrubada. Seis anos depois, dois governos disputam o poder, um no oeste sustentado pela ONU e outro no leste sob a liderança de Khalifa Hafter, que controla mais de 60% do país.

A situação favoreceu o surgimento de máfias dedicadas tanto ao contrabando de petróleo quanto ao tráfico de armas, drogas e inclusive de pessoas, e dezenas de grupos armados de todo tipo que mudam frequentemente de alianças, além de grupos terroristas vinculados tanto ao Estado Islâmico quanto à Al Qaeda.

(com EFE)

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