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“Líbia está à beira da guerra civil”, diz filho de Kadafi

Saif Al-Islam vai à TV estatal pedir 'ordem', fala em reformas na constituição, mas reação ao discurso é violenta

Por Da Redação
21 fev 2011, 04h56

“Não somos a Tunísia nem o Egito. Nós vamos lutar até o último minuto, até a última munição e até que o último homem esteja de pé. O Exército está e vai continuar fiel a meu pai”, disse o filho do ditador líbio

Em pronunciamento na TV na noite deste domingo, Saif Al-Islam, filho do ditador da Líbia, Muammar Kadafi, declarou que o país está à beira de uma guerra civil. Ele desmentiu os rumores de que seu pai havia deixado a Líbia na noite deste domingo. Ao contrário, Kadafi está no país e vai lutar pela sua permanência no poder, avisou Saif. “Nós vamos lutar até o último minuto, até a última munição e até que o último homem esteja de pé.”

Saif atribuiu os protestos populares que tomaram conta das ruas do país a ações de grupos tribais e ao uso de drogas pelos manifestantes. Ele afirmou que uma guerra civil não interessaria a ninguém, já que reduziria a capacidade econômica do país e provocaria um derramamento de sangue.

O filho do ditador desculpou-se pela ação violenta do exército líbio na repressão às manifestações e disse que o governo do país está disposto a promover reformas na constituição. Segundo ele, haverá uma reunião nesta segunda-feira para discutir uma agenda de reformas, apoiadas em um já anunciado aumento no salário dos funcionários públicos, receituário seguido no Egito – sem sucesso, registre-se – pelo ditador Hosni Mubarak.

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Mortos em protestos na Líbia 21/02
Mortos em protestos na Líbia 21/02 (VEJA)

Protestos – A reação a discurso de Saif foi violenta. Os protestos chegaram na noite deste domingo ao centro da capital Trípoli. Segundo a rede de televisão Al Jazeera, pelo menos duas pessoas morreram esta noite na Praça Verde após o discurso do filho de Kadafi. Foram registrados igualmente protestos e confrontos entre manifestantes contra o regime e partidários de Kadafi em alguns bairros da capital, segundo a rede de televisão.

No centro de Trípoli foram escutados disparos e sirenes de ambulâncias. Os tiros continuaram sendo escutados em algumas regiões após o discurso do filho de Kadafi, que disse que o país se encontra em “uma situação gravíssima” e em perigo de “guerra civil”, mas advertiu que “não será permitido o caos” e que o Exército “permanece e permanecerá fiel” a seu pai e ao regime.

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Segundo os últimos números divulgados pela organização Human Rights Watch (HRW), pelo menos 233 pessoas morreram até o momento em consequência da repressão das manifestações de protesto em várias cidades da Líbia, com dados de fontes hospitalares.

Repercussão – A União Europeia (UE) pediu neste domingo às autoridades líbias que detenham imediatamente o uso da violência contra os cidadãos que se manifestam no país e a escutar as “legítimas demandas” do povo em favor de reformas.

Em jantar de trabalho extraordinário, os ministros de Exteriores do grupo acordaram declaração na qual “condena a repressão contra os manifestantes pacíficos” e se expressa “extrema preocupação” pela situação no país e o número de mortos.

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