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Levará tempo para proteger usuários do Facebook, admite Zuckerberg

Ao explicar vazamento de dados no Parlamento Europeu, CEO do Facebook deixou maioria das perguntas sem respostas

Por Da Redação
Atualizado em 22 Maio 2018, 16h00 - Publicado em 22 Maio 2018, 15h35

O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, desculpou-se novamente nesta terça-feira 22 em uma audiência no Parlamento Europeu (PE) pelo vazamento de informações dos usuários da rede social à empresa de consultoria Cambridge Analytica. Ele admitiu que “levará tempo para fazer as mudanças necessárias para proteger” a privacidade dos usuários.

“Ficou claro nos últimos anos que não fizemos o suficiente para evitar que as ferramentas que criamos fossem utilizadas também para causar prejuízo”, admitiu Zuckerberg aos líderes dos grupos do PE e a seu presidente, o italiano Antonio Tajani.

O fundador do Facebook aceitou comparecer voluntariamente ao Parlamento para dar explicações após o vazamento em massa de informações dos usuários da rede social à Cambridge Analytica, que teria usado esses dados para influenciar no resultado das eleições presidenciais americanas e do referendo do Brexit.

A visita à Europa foi organizada para acontecer poucos dias antes da entrada em vigor, em 25 de maio, do Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) europeu, que obriga os grupos que operam na internet a adaptarem suas condições de uso às leis europeias.

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Muitos parlamentares, contudo, ficaram insatisfeitos com as respostas de Zuckerberg, que apesar de admitir seus erros no discurso de abertura, esquivou-se de grande parte das perguntas feitas pelos legisladores ao longo da sessão.

A intervenção do CEO do Facebook, que ocorreria a portas fechadas, pôde ser acompanhada ao vivo através da internet, depois das críticas dos grupos da Esquerda Unitária Europeia, dos Verdes e dos social-democratas, e da Aliança de Liberais e Democratas Europeus.

No mês passado, Zuckerberg participou de audiências similares no Senado e em um comitê da Câmara dos Representantes, onde legisladores americanos submeteram o bilionário a um longo interrogatório para compreender como a empresa Cambridge Analytica foi capaz de explorar os dados de milhões de usuários do Facebook para fins políticos.

Segundo números fornecidos pelo Facebook à Comissão Europeia, os dados de “até 2,7 milhões” de europeus podem ter sido transmitidos “de maneira inapropriada” à Cambridge Analytica, envolvida na campanha presidencial de Donald Trump.

A Cambridge Analytica e sua controladora britânica, SCL Elections, declararam falência e fecharam.

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“Seja através de notícias falsas, da interferência estrangeira em eleições ou de desenvolvedores que usam os dados das pessoas de maneira mal-intencionada, não tivemos uma visão suficientemente ampla de nossas responsabilidades. Isso foi um erro, e eu sinto muito”, disse Zuckerberg, seguindo a mesma linha de seu discurso no Senado americano.

Formato das perguntas

O formato da audiência no PE foi criticado por muitos e gerou conflito entre os parlamentares. Os legisladores fizeram suas perguntas primeiro, para que Zuckerberg as respondesse de uma só vez, ao final da sessão, em um período de apenas sete minutos.

Muitos parlamentares, contudo, queixaram-se de que Zuckerberg não respondeu às perguntas diretamente e esquivou-se dos temas mais espinhosos. Ao final da audiência, todos concordaram que o fundador do Facebook e sua equipe iriam enviar mais informações aos legisladores nos próximos dias.

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Zuckerberg se recusou a responder a perguntas específicas sobre o uso cruzado de dados do Facebook e seu serviço de mensagens WhatsApp, que tem mais de 1 bilhão de usuários diários, e o bloqueio de anúncios direcionados.

Investigações e segurança

Desde o escândalo da Cambridge Analytica, o Facebook suspendeu 200 aplicativos de suas plataformas enquanto investiga aplicativos de terceiros que têm acesso a grandes quantidades de dados de usuários.

“Há outros milhares [de aplicativos] que precisamos investigar. Isso vai levar muitos meses ”, disse Zuckerberg. “Eu antecipo que haverá outros aplicativos que vamos ter que suspender”.

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Zuckerberg disse ainda que os investimentos em segurança afetariam significativamente a lucratividade do Facebook, mas “manter as pessoas seguras sempre será mais importante do que maximizar nossos lucros”.

Eleições

Muitos parlamentares questionaram Zuckerberg sobre o uso de dados de usuários para influenciar eventos políticos e eleições. O empresário, contudo, garantiu que a transparência durante as próximas eleições na Europa é prioridade.

“Essa é uma das nossas principais prioridades: garantir que evitemos que alguém interfira em uma eleição, como os russos fizeram nos Estados Unidos em 2016”, disse Zuckerberg.

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(Com EFE, AFP e Reuters)

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