Budapeste, 18 jul (EFE).- O húngaro László Csátary, detido nesta quarta-feira em Budapeste por supostos crimes de guerra nazista, dirigiu em 1944 um campo de concentração no leste da Eslováquia de onde mais de 15 mil judeus foram deportados ao campo de extermínio de Auschwitz.
Nascido em 1915, Csátary foi, em 1944, comandante da Polícia Real húngara em Kosice, que então fazia parte de seu país natal, governado por um regime pró-nazismo.
Segundo dados da Justiça do Canadá, onde o suspeito viveu exilado com nome falso até 1997, Csátary supervisionava a elaboração de listas de habitantes e a busca de judeus residentes naquela cidade.
A polícia húngara transferia os judeus a um gueto estabelecido em abril de 1944, de onde eram enviadas a Auschwitz sob a supervisão direta de Csátary.
O acusado fugiu de Kosice em 1945 após a chegada dos aliados, e foi condenado à revelia à morte pela Justiça da então Tchecoslováquia. No entanto, ele alcançou fugir em 1949 para o Canadá, onde chegou como um suposto refugiado iugoslavo, e adquiriu a nacionalidade canadense em 1955.
Em 1997, as autoridades do país tiraram sua nacionalidade ao descobrir que ele havia mentido sobre seu passado ao solicitá-la.
Antes de ser deportado, Csátary deixou o Canadá e se mudou para Budapeste, onde viveu com seu nome original sem problemas, apesar de a Justiça canadense o ter identificado como um suposto criminoso nazista.
O Centro Simon Wiesenthal (CSW) de Jerusalém informou em setembro de 2011 que Csátary estava na capital húngara, mas apenas no último domingo foram divulgadas imagens dele na cidade, divulgadas pelo jornal britânico ‘The Sun’.
Após receber pressões e críticas internacionais, a Justiça húngara entrou em ação, e hoje a Procuradoria Geral de Budapeste anunciou a detenção do criminoso de guerra nazista mais procurado ainda vivo. EFE