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Ku Klux Klan segue ativa e faz marcha nos EUA neste sábado

Integrantes da organização afirmaram que estarão armados e prontos para se defenderem caso sejam atacados

Por Da redação
8 jul 2017, 17h01

Simpatizantes do grupo supremacista branco Ku Klux Klan (KKK) fezem uma marcha, neste sábado, em Charlottesville, nos Estados Unidos, contra a remoção de uma estátua do general Robert E. Lee, comandante dos exércitos confederados na Guerra de Secessão americana. Os integrantes da organização afirmaram que estarão armados e prontos para se defenderem caso sejam atacados. “Nossos membros estarão armados”, disse James Moore, membro dos Leais Cavaleiros Brancos da KKK, ao jornal Washington Post.

Em 1925, no seu apogeu, a KKK tinha cerca de 4 milhões de membros. Atualmente, entre 5 mil e 8 mil, segundo um centro de pesquisa que estuda grupos extremistas nos Estados Unidos.

A marcha deve reunir algumas dezenas de membros da KKK. Em resposta ao anúncio de que os supremacistas estarão armados, a polícia local, comandada por um oficial negro, organizou um sistema de segurança para evitar incidentes. Os membros da KKK não vão poder usar os capuzes brancos característicos do grupo. As batas brancas que completam o traje, associado a linchamentos e assassinatos de homens e mulheres negros, deixaram de ser usadas.

A mobilização na tranquila cidade universitária foi autorizada pelas autoridades do estado da Virgínia e provocou um acirrado debate. Movimentos sociais alegam que a extrema-direita está mais forte desde a eleição de Donald Trump à presidência. Seja a Ku Klux Klan, a Alt Right (Direita Alternativa) ou grupos supremacistas brancos em geral, os conservadores encontraram uma nova forma de defender a bandeira confederada e os monumentos do sul dos Estados Unidos que homenageiam o período da escravidão. Para muitos americanos, esses são símbolos anacrônicos e memórias atrozes do racismo. Eles têm pressionado autoridades para removê-los de espaços públicos.

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O debate acontece em vários estados da antiga Confederação e até mesmo em Washington, cuja Catedral Nacional exibe um soldado confederado num dos vitrais. Charlottesville, uma cidade de 50 mil habitantes, não foi palco de nenhuma grande batalha na guerra civil, entre 1861 e 1865. Mesmo assim, os ânimos têm andando acirrados. Com histórico pró-democrata e fortemente vinculada à universidade fundada por Thomas Jefferson em 1819, a população abomina a chegada da KKK, pequeno grupo supremacista baseado na Carolina do Norte.

Muitos moradores disseram que planejam nem chegar perto do parque onde o grupo pretende se reunir. Outros, querem expor sua rejeição à intolerância racial em assembleias ou reuniões de orações.

Feridas profundas

A decisão de retirar a estátua de Lee foi tomada em fevereiro, após anos de debates que deixaram feridas profundas. Atualmente, a remoção está suspensa: um juiz impediu a retirada até que uma corte de apelação reavalie o caso. A base da controversa estátua foi pintada de vermelho na noite da sexta-feira, mas funcionários municipais já limparam a tinta neste sábado.

Assistindo à limpeza, o aposentado sexagenário Mason Pickett lamentaa decisão de retirada da estátua tomada por Charlottesville, uma cidade “ultraprogressista e inclusive socialista”. “As estátuas representam a história, com seu lado belo e seu lado escuro. As pessoas podem lamentar, ou apoiar, mas é história”, disse.

Tina Young, advogada de 49 anos, discorda. Em um século, a Virgínia e outros estados do sul tiveram a oportunidade de corrigir as homenagens aos líderes confederados, mas não fizeram, destaca. “Robert E. Leetem muitos admiradores no sul, em parte porque a educação sulista ensina que foi um homem nobre, um cavalheiro, que trabalhou muito pela reconciliação após o fim da guerra”, disse Kristin Szakos, integrante do conselho municipal e partidária da remoção. “Para muita gente, Lee também é problemático, especialmente nessa estátua, em que está com trajes de batalha completo, cavalgando contra os Estados Unidos”, completou.

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(com AFP)

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