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Kryptos é arte, mas também é um enigma

Kryptos, termo grego para designar o oculto ou o escondido, é uma criação do artista James Sanborn

Por La Vanguardia
22 nov 2010, 20h42

Seu mistério sobrevive na casa dos espiões. Vinte anos depois, se mantém a interrogação, ainda que uma legião insista na investigação. “Kryptos é arte, mas também é um enigma.” É o que diz Dan Brown, em seu romance O Símbolo Perdido, sobre a escultura instalada em 1990 no pátio da CIA, em Langley, na Virgínia, não muito longe de Washington. Kryptos, termo grego para designar o oculto ou o escondido, é uma criação do artista James Sanborn. “Ela se converteu em algo lendário”, registra o best-seller. Consiste em uma enorme peça em forma de S, com painéis de cobre sobre os quais estão escritas “cerca de 2 mil letras em um desconcertante código”, anota Brown.

Ontem, nas páginas do New York Times, o escultor ofereceu uma pista para facilitar a pesquisa. Das quatro mensagens que esculpiu, a última continua encriptada. Sanborn está um pouco frustrado com tanta demora. “Pensei que este enigma seria descoberto em um tempo bem mais curto”, confessou ao Times. Em 1999 se conseguiu dar sentido a cerca de mil caracteres, que formam três das lendas. Para facilitar, o artista ofereceu o significado de uma série de seis caracteres – NYPVTT – que uma vez decifrados se lêem como Berlim. Todavia, restam outros 91 e suas ordens correspondentes por determinar. Os especialistas empenhados nessa tarefa saúdam a ajuda, ainda que reconheçam que falta muita coisa. É o texto mais curto de todos e, no entanto, o mais complexo.

Ninguém previu na agência de inteligência a febre que suscitaria a resolução desta questão. Em boa medida alentada nos últimos anos com os relatos de Dan Brown, em especial por O Código Da Vinci.

James Sanborn ganhou o concurso quando a CIA planejou a expansão de sua sede. Na ocasião, a agência colocou o escultor em contato com Edward Scheidt, um agente aposentado especializado em criptografia. Foi esse agente quem ensinou e deu as chaves para converter um conjunto de letras em quatro passagens camufladas.

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Que o enigma perdure é compatível com certas doses de acrimônia. O escultor considera que a influência de Brown sobre sua criação não foi de todo positiva. Assegura que o incomoda o retrato que faz em O Símbolo Perdido, pelo qual a obra esconde “um velho segredo maçônico”. Acrescenta que a relevância que pode ter a mensagem para a CIA está muito mais matizada do que uma parte da trama de um best-seller.

Sanborn, no entanto, é mais do que consciente de que “qualquer um que tenha um segredo, por mais trivial que seja, está numa posição de poder”. Ele sabe bem disso. O aluvião de e-mails que recebia o levou a abrir um site em que dá respostas – sempre negativas – para as resoluções dos estudiosos do tema. Em alguns casos, elas se estendem em mais de cem páginas de arrazoado. “Não posso esperar muito mais tempo”, ironiza, ao lembrar sua idade, 65 anos. Haverá quem replique que, além de Kryptos, a CIA tem outros coisas ocultas. E sujas, sem o brilho do trabalho deste artista.

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