Kim Jong-un: o regime do ditador
Após sumiço de um mês, observadores atentos notaram que o déspota emagreceu significativamente
Líder da ditadura comunista da Coreia do Norte, Kim Jong-un voltou a aparecer em público no sábado 5, depois do sumiço de um mês. Ele participou de uma reunião do Politburo, a elite do partido, mas pouco se indagou sobre o sempre sigiloso conteúdo do encontro, um eterno mais do mesmo. Observadores atentos notaram que o déspota emagreceu significativamente. Além do afinamento da silhueta, Kim encurtou a pulseira de seu luxuoso relógio, um modelo IWC Schaffhausen Portofino avaliado em 12 000 dólares (cerca de 60 000 reais), em claro sinal de um corpo menos roliço. A forma física do dirigente tem sido acompanhada por autoridades globais desde sua ascensão ao poder, em 2012. De acordo com o serviço secreto da vizinha Coreia do Sul, Kim pesa cerca de 140 quilos, o que o classificaria como obeso mórbido. Teria engordado uma média de 7 quilos por ano ao longo da última década. É consumidor voraz de bebidas alcoólicas e fumante inveterado. Especula-se que tenha começado as baforadas com apenas 13 anos e que gaste milhares de dólares anualmente importando bebidas e cigarros para o país de economia fechadíssima. Em um regime de culto à personalidade como o da Coreia do Norte, qualquer sinal de limitação da saúde pode abalar a estabilidade política — daí tanta atenção. Foi o que aconteceu em 2011, quando seu pai, Kim Jong-il, morreu depois de uma vida desregrada. Kim, o esbelto, parece querer evitar destino semelhante. O mundo observa de longe para entender que regime é esse que apareceu na fotografia.
Publicado em VEJA de 16 de junho de 2021, edição nº 2742