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Kim Jong-un diz estar pronto para ver Trump, mas pode tomar “novos rumos”

Líder norte-coreano afirma que pode desnuclearizar península, mas deve mudar de ideia caso pressões dos Estados Unidos continuem

Por Reuters Atualizado em 2 jan 2019, 18h43 - Publicado em 1 jan 2019, 19h54

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, disse nesta terça-feira, 1º, que está pronto para encontrar o presidente norte-americano Donald Trump a qualquer momento e cumprir o objetivo de desnuclearizar a península da Coreia, mas advertiu que pode ter que seguir um caminho alternativo se as sanções e pressão dos Estados Unidos contra seu país continuarem.

Em discurso de Ano Novo, Kim disse que a desnuclearização é sua “firme vontade” e sugeriu pela primeira vez que a Coreia do Norte deixará de produzir armas nucleares, mas também pediu que Washington tome medidas correspondentes, que ele não especificou, para acelerar o processo diplomático.

A Coreia do Norte pode ser “compelida a explorar um novo caminho” para defender sua soberania se os Estados Unidos “procurarem forçar algo sobre nós unilateralmente… e não mudar sua postura a respeito das sanções e de sua pressão”, disse Kim no discurso na televisão.

É provável que os comentários estimulem o crescente ceticismo sobre se Pyongyang pretende mesmo abandonar o programa de armas nucleares que há muito tempo é considerado essencial para sua segurança.

Não houve reação imediata do Departamento de Estado dos EUA, mas o gabinete presidencial da Coreia do Sul recebeu bem o discurso de Kim, dizendo que ele mostrou “vontade firme” de melhorar relações com Seul e Washington.

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Kim e Trump prometeram trabalhar em prol da desnuclearização e construir uma paz “duradoura e estável” durante o encontro histórico entre eles em Cingapura em junho, mas pouco progresso foi feito desde então.

Pyongyang exigiu que Washington suspenda as sanções e declare um fim oficial à Guerra da Coréia (1950-53) em resposta aos seus primeiros passos, unilaterais, em direção à desnuclearização, incluindo o desmantelamento de seu único local conhecido de testes nucleares e de uma importante instalação de mísseis.

Essas medidas estariam de acordo com sua determinação de “não mais fabricar, usar ou alastrar” armas nucleares, disse Kim, indicando uma possível moratória sobre a produção de armas pela primeira vez. Embora Pyongyang não tenha realizado testes nucleares ou de mísseis no ano passado, imagens de satélite indicaram que algumas instalações continuaram em atividade.

Autoridades norte-americanas dizem que as medidas iniciais não foram confirmadas e podem ser facilmente revertidas, e pediram a aplicação rigorosa de sanções ao país até o total –e verificável– desarmamento nuclear.

Washington suspendeu alguns exercícios militares em grande escala com Seul para ajudar nas negociações nucleares, mas os exercícios menores continuaram.

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Kim pediu que a Coreia do Sul “pare completamente” os exercícios militares conjuntos com os Estados Unidos envolvendo ativos estratégicos, enquanto as negociações multilaterais entre os países envolvidos no acordo de armistício devem ser buscadas para construir um regime de paz permanente.

As duas Coreias tecnicamente permanecem em guerra porque o conflito terminou em uma trégua – assinada por Coreia do Norte, Estados Unidos e China – e não um tratado de paz.

“Agora que Coreia do Norte e do Sul decidiram seguir o caminho da paz e prosperidade, exigimos que os exercícios militares conjuntos com forças externas não sejam mais permitidos e que a implantação de equipamentos de guerra como ativos estrangeiros estratégicos seja completamente interrompida”, disse Kim.

Analistas acreditam que a mensagem de Kim tenha enviado sinais claros de que a Coreia do Norte está disposta a permanecer em negociações com Washington e Seul este ano – mas em seus próprios termos.

“A Coréia do Norte parece determinada em 2019 a receber algum tipo de alívio nas sanções… O desafio, no entanto, é: estaria a equipe de Trump disposta a deixar sua posição de alívio de sanções zero?” disse Harry Kazianis , especialista em temas de defesa do grupo de estudos conservador Center for the National Interest, em Washington.

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“As observações de Kim parecem sugerir que sua paciência com a América esteja se esgotando.”

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