Kim diz estar disposto a retomar diálogo com o Ocidente
Ditador norte-coreano fala de desnuclearização do país ao presidente chinês
A China confirmou nesta quinta-feira a visita do ditador norte-coreano, Kim Jong-Il, ao país e destacou que, durante uma reunião com o presidente chinês, Hu Jintao, ele se mostrou disposto a retomar em breve as reuniões para a desnuclearização da península coreana, informou a agência de notícias Xinhua. A visita “extraoficial” de Kim só foi confirmada após o trem no qual ele viajava – ele não gosta de viajar de avião – deixar o território chinês, aproximadamente às 19 horas desta quinta (horário local, 8 horas de Brasília).
Em sua reunião com Hu, Kim afirmou que a Coreia do Norte está centrando sua atenção e seus recursos no desenvolvimento econômico. “Por isso, (o país) tem uma grande necessidade de um ambiente de estabilidade com seus vizinhos (Coreia do Sul e China)”, destacou a Xinhua.
Além disso, Kim “mantém o objetivo de desnuclearização da península coreana e acredita que as conversas a seis (junto a Coreia do Sul, China, Estados Unidos, Japão e Rússia) devem ser retomadas em breve”. Hu Jintao ressaltou que as partes envolvidas na questão devem se manter “em calma” e “mostrar flexibilidade”, ressaltou a agência chinesa.
Encontros – Apesar do caráter extraoficial da visita, Kim se reuniu durante a viagem com oito dos nove máximos líderes do Comitê Permanente do Politburo do Partido Comunista Chinês, entre eles, o primeiro-ministro, Wen Jiabao, e o presidente do Poder Consultivo, Jia Qinglin.
Durante a visita, Hu aceitou o convite de Kim para visitar a Coreia do Norte, revelou a agência. Neste ano, China e Coreia do Norte celebram os 50 anos da assinatura do Tratado de Amizade, Cooperação e Assistência Mútua, base da tradicional aliança bilateral (Pequim é o maior fornecedor de ajuda econômica e humanitária a Pyongyang).
Curiosamente, Kim deixou a China no mesmo dia em que outro chefe de um governo isolado internacionalmente chega ao país em viagem oficial: o presidente de Mianmar, Thein Sein. O birmanês se reunirá com Hu e com Wen durante sua viagem de três dias à China.
(Com agência EFE)