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Khamenei promete castigo a assassinos em funeral de cientista

Por Por Siavosh Ghazi
13 jan 2012, 18h40

O guia supremo da revolução iraniana, aiatolá Ali Khamenei, prometeu castigar os autores do assassinato do cientista nuclear Mustafá Ahmadi Roshan, cujo funeral oficial foi realizado nesta sexta-feira em Teerã.

Frente à determinação do Irã de continuar seu programa nuclear, os Estados Unidos e os países da União Europeia planejam adotar novas sanções petrolíferas e financeiras. Contudo, a Rússia denunciou estas sanções unilaterais e o Japão recuou, dizendo que os preços mundiais do petróleo poderiam disparar.

Os Estados Unidos utilizaram um canal secreto para advertir ao aiatolá Khamenei que responderão em caso de fechamento do estreito de Ormuz, passagem estratégica do petróleo, informou nesta sexta-feira o The New York Times. No final de dezembro, Teerã ameaçou fechar o estreito se as potências ocidentais aprovassem sanções contra suas exportações.

Uma multidão participou do funeral de Roshan ao término da oração semanal e os restos do cientista foram sepultados em um cemitério ao norte de Teerã.

Os manifestantes gritavam slogans como “Morra Estados Unidos”, “Morra Israel” e “Morra Grã-Bretanha”.

Alguns carregavam retratos do presidente americano Barack Obama sobre os quais estava escrita a palavra “terrorista” em inglês.

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O cientista e seu motorista morreram na quarta-feira após a explosão de uma bomba magnética colocada em seu automóvel em pleno centro da capital, em um atentado que Teerã responsabilizou Estados Unidos e Israel.

Desde janeiro de 2010, outros três cientistas, dois dos quais envolvidos no programa nuclear, foram assassinados em ações similares no Irã.

O aiatolá Ali Khamenei, guia supremo da República Islâmica, acusou os serviços secretos americanos e israelenses, “a CIA e o Mossad”, de estarem por trás do atentado, prometendo “castigar os que cometeram este crime”.

O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, que acaba de terminar um giro na América Latina, prometeu que seu país “resistirá” às pressões e aos “insultos” do Ocidente em relação ao seu programa nuclear.

“O tema nuclear é uma desculpa política. Todos sabem que o Irã não tenta fabricar bombas atômicas (…) o problema do Irã não é seu programa nuclear. O problema é (seu) progresso e independência”, declarou.

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O líder cubano Fidel Castro, que conversou com o presidente iraniano, acusou, nesta sexta-feira, os Estados Unidos e Israel de desencadearem “uma carnificina seletiva” contra cientistas iranianos e advertiu que a “irresponsabilidade congênita do império ianque” poderia propiciar uma guerra.

O vice-ministro russo das Relações Exteriores, Guennadi Gatilov, disse que as sanções contra o Irã afetam “a população e economia iraniana” e destroem “o esforço da comunidade internacional para solucionar o programa nuclear iraniano”.

A União Europeia se orienta em direção a um embargo sobre o petróleo iraniano, mas com um período de transição de seis meses para permitir aos seus membros encontrar outros provedores, indicaram nesta quinta-feira diplomatas europeus.

Teerã vende para a Europa cerca de 450 mil barris diários, ou seja, cerca de 18% de suas exportações que são da ordem dos 2,5 milhões de barris diários.

Washington quer impor sanções financeiras e petrolíferas ao Irã, mas o chefe da diplomacia japonesa, Koichiro Gemba, considerou que esse embargo “poderia ter efeitos negativos não só para a economia japonesa, mas também para a economia mundial”.

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A Rússia, mas também a China, a Turquia e a Índia, grandes clientes do petróleo iraniano, se opuseram a novas sanções.

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