Kerry viaja ao Oriente Médio e à Europa para criar coalisão de ajuda ao Iraque
Secretário de Estado americano pretende defender diálogo entre as comunidades religiosas iraquianas, visando a formação de um governo mais unitário

O secretário de Estado americano, John Kerry, começa neste sábado uma viagem ao Oriente Médio e à Europa para ajudar a construir uma coalisão internacional com o objetivo de superar as divisões sectárias no Iraque. O país enfrenta uma ofensiva de extremistas sunitas, que mergulhou o Iraque em sua pior crise desde que os Estados Unidos se retiraram do país, há três anos.
De 22 a 27 de junho, Kerry visitará Jordânia, Bélgica e França para dialogar sobre a maneira de “contribuir para a segurança, a estabilidade e a formação de um governo de unidade no Iraque”, afirmou o Departamento de Estado americano.
Apesar de não ter pedido formalmente a renúncia do primeiro-ministro Nuri al Maliki, os Estados Unidos não pouparam críticas ao chefe de governo iraquiano, acusado de sectarismo, em um país à beira do caos depois da insurreição dos combatentes do Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL).
“Demos ao Iraque a possibilidade de estabelecer uma democracia inclusiva. De trabalhar além das divisões sectárias, para assegurar um futuro melhor a seus filhos. Infelizmente, o que vimos foi uma quebra de confiança”, afirmou o presidente Barack Obama, em entrevista à rede americana CNN na sexta-feira.
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Obama declarou na quinta-feira que está disposto a enviar 300 assessores militares para apoiar as forças do país. E insistiu na necessidade do Iraque adotar um sistema político aberto a todas as comunidades: sunitas, xiitas, curdos e cristãos. Apesar de Washington estar disposto a realizar “ataques dirigidos” contra o EIIL, “não há ação militar americana capaz de manter o país unido”, destacou o presidente, que disse ter transmitido essa mensagem “muito claramente” a Maliki.
Governo sem unidade – Durante conversa entre Obama e o presidente francês, François Hollande, na sexta-feira, os dois pediram a formação de um governo de unidade nacional. O Iraque ainda não tem um gabinete estabelecido: o grupo de Maliki venceu as eleições legislativas de abril, mas não conseguiu formar um governo devido a profundas divisões.
A viagem de Kerry pretende defender o diálogo entre as comunidades religiosas do país, visando a formação de um governo mais unitário. Em Amã, Kerry discutirá com o ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Nasser Judeh, os “desafios que apresenta a segurança no Oriente Médio”, segundo a diplomacia americana. Na terça-feira, ele participará de um reunião ministerial da Otan em Bruxelas, onde será discutida principalmente a crise na Ucrânia. Por fim, em Paris, o secretário vai debater “com sócios regionais e aliados do Golfo sobre os desafios na área de segurança no Oriente Médio, principalmente no Iraque e na Síria”. De acordo com fontes parlamentares, o secretário também pode viajar no futuro ao Iraque, apesar de o Departamento de Estado não ter levantado essa hipótese.
Os insurgentes do EIIL tomaram neste sábado o controle de um dos três postos de fronteiras com do Iraque com a Síria, onde também atuam.







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