Justiça suspende proibição de burkini em cidade francesa
A decisão da mais alta corte do país revogando o veto da cidade de Villeneuve-Loubet ao burkini pode abrir um precedente legal no país
O Conselho de Estado da França, a maior instância judicial do país, proibiu a cidade de Villeneuve-Loubet, nas proximidades de Nice, de vetar o uso do burkini, traje de banho muçulmano que cobre o corpo inteiro. Apesar de a decisão ser especificamente sobre o veto adotado pela cidade, e não ser de âmbito nacional, ela pode abrir um precedente legal no país.
A proibição da peça em ao menos 30 cidades francesas causou discussões e foi assunto dos jornais franceses e de outros países nos últimos dias. Os prefeitos das cidades francesas baniram o uso da peça alegando motivo de segurança, especialmente após uma série de ataques jihadistas terem deixado centenas de mortos em lugares como Paris e Nice. Além disso, para muitos políticos, a peça representa uma opressão das mulheres.
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Recentemente, o premiê Manuel Valls disse ser a favor de uma lei nacional contra a peça. Na França já é proibido o uso do véu islâmico em instituições de ensino e repartições públicas e também o uso da burca nas ruas. Burca é uma roupa que cobre o corpo todo, deixando apenas uma fresta aberta para os olhos.
Ação policial criticada — Uma foto divulgada nas redes sociais nesta semana intensificou os debates na França acerca da proibição dos burkinis. A imagem, feita por um fotógrafo francês, mostra uma muçulmana sendo abordada por policiais na beira da praia e, aparentemente, sendo obrigada a tirar parte de sua roupa. A ação policial foi muito criticada e, na TV francesa houve quem questionasse qual era a diferença entre um burkini e um traje de mergulho, já que ambos são muito semelhantes.