O tribunal Nikoulinski de Moscou rejeitou, nesta quinta-feira, uma queixa do neto de Stalin contra um funcionário de alto escalão dos serviços de segurança russos (FSB), exigindo que este desminta acusações sobre o envolvimento do ditador no massacre de 22.000 oficiais poloneses, no início da Segunda Guerra Mundial.
A demanda de Evguéni Djougachvili, que usa o nome verdadeiro de família de Stalin, foi contra o responsável pelos arquivos do FSB, Vassili Khristophorov, relatou a agência Interfax, sem mais detalhes.
Djougachvili afirmou querer defender sua dignidade e sua honra, após Khristophorov ter feito uma “declaração pública”, durante uma entrevista em novembro passado, sobre o envolvimento de Joseph Stalin no massacre de Katyn.
O neto do ditador já tinha tentado abrir um processo contra a Agência de Arquivos russos, acusando-a de ter “falsificado” documentos postados em seu site, que confirmavam a aprovação do massacre por Stalin.
Mas a queixa foi indeferida, em setembro de 2010.
Em novembro do mesmo ano, a Duma russa (câmara baixa do Parlamento) admitiu que o massacre de milhares de oficiais poloneses em Katyn foi cometido por ordem pessoal de Stalin.
Para muitos russos, no entanto, o papel de Stalin na vitória contra os nazistas, na Segunda Guerra Mundial, está em primeiro plano, em relação à deportação e morte de milhões de pessoas.
Após a invasão pela URSS, em setembro de 1939, de regiões polonesas do Leste, em virtude do pacto germano-soviético, cerca de 22.000 oficiais poloneses, prisioneiros do Exército Vermelho, foram abatidos na floresta de Katyn e em Mednoïe (Rússia), assim como em Kharkiv (Ucrânia).
Durante décadas, a União Soviética acusou os nazistas por esses assassinatos. Só foi em abril de 1990 que o dirigente soviético Mikhaïl Gorbatchev admitiu a responsabilidade de seu país nesses massacres.