Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Justiça egípcia suspende restabelecimento do Parlamento

Por Por Inès BEL AïBA
10 jul 2012, 18h46

A Alta Corte Constitucional egípcia contra-atacou nesta terça-feira suspendendo o restabelecimento do Parlamento ordenado pelo presidente islamita Mohamed Mursi, que trava uma disputa com o Exército e a justiça.

A Assembleia do Povo, dominada pelos islamitas e dissolvida em meados de junho pela Corte, se reuniu nesta terça-feira de manhã após um decreto de Mursi ordenando o seu restabelecimento.

“A corte ordenou a suspensão do decreto presidencial”, indicou uma fonte judicial à noite.

No domingo, oito dias após a sua posse, Mursi, membro da Irmandade Muçulmana, anulou por decreto a decisão da Alta Corte que havia invalidado em 14 de junho o Parlamento, dominado pelos islamitas, em razão de um vício na lei eleitoral.

Continua após a publicidade

Segundo a fonte judicial, “a corte ordenou que sua decisão anterior (invalidando as eleições e declarando o Parlamento ilegal, nr) seja aplicada”.

Os advogados de Mursi denunciaram imediatamente uma decisão “política”, dizendo temer que ela complique ainda mais a crise no país.

“Esse julgamento é nulo e sem valor”, declarou um deles, Abdel Moneim Abdel Makssud, lendo um comunicado à imprensa.

Continua após a publicidade

Ao mesmo tempo, milhares de pessoas se reuniram na emblemática Praça Tahrir, no Cairo, para manifestar o seu apoio a Mursi e gritar palavras de ordem hostis às Forças Armadas, para as quais Hosni Mubarak, derrubado em meio a protestos populares em fevereiro de 2011, havia passado as rédeas do país.

No início da sessão desta terça, o presidente da câmara baixa, o irmão muçulmano Saad al-Katatni, havia afirmado que o Parlamento não violava a lei ao se reunir.

A posição de Katatni é a mesma da Presidência, para a qual o decreto de Mursi “não contradiz nem viola” o primeiro julgamento da Alta Corte Constitucional porque essa decisão pode não ser aplicada “imediatamente”.

Continua após a publicidade

Katatni indicou em um comunicado que o Parlamento havia enviado o caso da invalidação da câmara baixa à Corte de Cassação.

Os deputados da Irmandade Muçulmana e os fundamentalistas salafistas, que dominam a Assembleia, estavam presentes nesta terça-feira, mas os membros dos outros partidos, principalmente os liberais, boicotaram a sessão, com alguns classificando o decreto de Mursi de “golpe de Estado constitucional”.

Após a dissolução da Assembleia, o Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA) recuperou o poder legislativo, provocando o descontentamento daqueles que querem ver os militares deixar a política.

Continua após a publicidade

O Exército pediu na segunda-feira que “a lei e a Constituição” sejam respeitados.

Os últimos acontecimentos ilustram o conflito travado entre o novo presidente e o CSFA, sobretudo após a adoção por parte dos militares de uma “Declaração Constitucional Complementar” que enfraqueceu consideravelmente a função presidencial.

A Irmandade Muçulmana havia acusado os militares de terem orquestrado a dissolução do Parlamento para assumir o poder legislativo, denunciando um verdadeiro “golpe de Estado”.

Continua após a publicidade

A Alta Corte Constitucional indicou que “não está envolvida em nenhuma luta política” e que sua missão é “proteger” a Constituição. Ela é acusada por vários grupos e políticos de ser parcial.

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, que deve se reunir com Mursi no final de semana, pediu um “diálogo positivo entre todos os protagonistas” no Egito, enquanto o ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, se mostrou confiante de que o Egito vai superar a crise.

“Tenho a impressão que uma solução pode ser encontrada”, disse Westerwelle após uma reunião com Mursi. “Ainda não há garantia de que o caminho para a democracia será concluído com êxito, mas faremos o que pudermos para garantir seu êxito”.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.