Justiça do Quênia prende 54 empresários e servidores por corrupção
Órgão de treinamento para Forças Armadas não justificou quase 150 milhões de euros em despesas nos últimos dois anos
A Promotoria do Quênia determinou nesta segunda-feira (28) a prisão de 40 funcionários públicos e 14 empresários pelo desvio de 76 milhões de euros (quase 330 milhões de reais) do Serviço Nacional de Juventude (NYS), órgão que treina jovens que farão parte das Forças Armadas.
A acusação formal será feita amanhã (29). Eles serão acusados, entre outros crimes, de falsificação, abuso de poder e fraude.
O diretor-geral do NYS, Richard Ndubai, e a secretária principal do órgão, Lillian Omollo, estão entre os presos, junto com outros ex-funcionários públicos e vários empresários do país.
Segundo os promotores, o órgão firmava contratos de mais de 500.000 euros (2,1 milhão de reais), que não eram cumpridos, ou pagava duas vezes pelo mesmo serviço. Algumas das empresas chegaram a receber 14 milhões de euros (60 milhões de reais) do esquema, sem prestar nenhum serviço previsto.
O jornal The Standart afirmou que o NYS não justificou quase 150 milhões de euros (650 milhões de reais) em despesas realizadas nos últimos dois anos. Não foi possível verificar para onde foi esse dinheiro.
O procurador-geral do Quênia, Noordin Haji, afirmou em entrevista coletiva que o país vai redobrar a luta contra a corrupção e acabar com um problema que está gerando impactos na economia.
Haji também indicou que a Justiça bloqueou as contas bancárias dos suspeitos para tentar recuperar os recursos que sumiram.
O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, prometeu combater a corrupção quando chegou ao poder em 2013. No entanto, seus críticos afirmam que ele não atuou com firmeza para punir os funcionários do alto escalão do governo envolvidos em ilícitos.
Sem citar o escândalo, Kennyata enviou uma mensagem aos corruptos. “Não vamos tolerar pessoas sem ética. Gente com responsabilidade deve estar preparada para servir, e não para se servir do governo”, afirmou o presidente.
(Com EFE)