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Justiça do Irã nega a libertação de americanos anunciada por Ahmadinejad

Por Por Laurent MAILLARD
14 set 2011, 11h14

A justiça iraniana desmentiu nesta quarta-feira a decisão de libertar os dois americanos, Shane Bauer e Josh Fattal, anunciada na véspera pelo presidente Mahmud Ahmadinejad, repetindo a situação que retardou a libertação da companheira dos turistas Sarah Shourd, em setembro de 2010.

“O Poder Judiciário desmente as informações a respeito da libertação dos dois americanos acusados de espionagem”, afirmou um comunicado oficial, que acrescenta que o pedido de libertação sob fiança feito pelo advogado continua “sendo analisado pelos juízes responsáveis pelo caso”.

“Qualquer informação sobre este assunto será fornecida pelo Judiciário, e nenhuma outra vinda de outras fontes é verdadeira”, ressaltou o comunicado.

O presidente Mahmud Ahmadinejad anunciou na véspera, durante uma entrevista ao jornal Washington Post e o canal de televisão NBC, que os dois americanos detidos desde julho de 2010 por Teerã acusados de espionagem seriam libertados nos próximos dois dias por um “gesto Humanitário unilateral do Irã”.

O advogado dos americanos, Massud Safii, confirmou à AFP que foi informado pelo judiciário que os dois detidos seriam libertados através do pagamento de uma fiança, estipulada em 500.000 dólares para cada um.

Na véspera, segundo Shafii, nada havia mudado na decisão do Judiciário, e ainda faltava a assinatura de um juiz no documento de liberdade sob fiança, o que poderia ser adiado até o fim de semana iraniano (quinta e sexta-feira).

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Shane Bauer e Josh Fattal, os dois com 29 anos, foram condenados no dia 21 de agosto a 8 anos de prisão pelo Tribunal Revolucionário de Teerã sob as acusações de espionagem e entrada ilegal no país.

Os dois negaram a acusação de espionagem e apelaram da decisão.

Os americanos foram presos no dia 31 de julho de 2009 na fronteira com o Iraque com uma compatriota, Sarah Shourd, 32 anos, libertada em setembro de 2010 por razões Humanitárias.

Eles afirmam que cruzaram a fronteira sem querer, após se perderem durante uma caminhada nas montanhas do Curdistão iraquiano.

O anúncio surpresa da libertação de Shane Bauer e Josh Fattal por Ahmadinejad foi recebido com prudência por Washington, em alerta depois do incidente em torno da libertação de Sarah Shourd.

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“Ficamos encorajados com o que foi dito pelo governo iraniano (…) Esperamos um resultado positivo do que parece ser uma decisão governamental”, declarou a secretária de Estado Hillary Clinton.

A libertação de Sarah Shourd já acarretou um conflito entre o governo, primeiro a anunciar a libertação da mulher, e o Judiciário, que no primeiro momento desmentiu e retardou a libertação em quatro dias por questões processuais.

E denunciou a ingerência do Poder Executivo nos casos do Judiciário.

A repetição quase idêntica da situação ilustra a tensão entra o governo de Ahmadinejad e a ala ultraconservadora e religiosa do poder, que controla o Judiciário e o Parlamento.

O destino dos americanos opôs, desde o inicio do caso, o Executivo, que deseja a libertação rápida, e o Judiciário, que se prende à elegação de os dois são espiões.

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