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Junta Militar egípcia diz que deixará o poder em 30 de junho

Antes, prometeu realizar eleições presidenciais e revelar 'segredos' de estado

Por Da Redação
25 jan 2012, 10h53

A Junta Militar egípcia afirmou nesta quarta-feira que deixará o poder em 30 de junho – após a realização de eleições presidenciais – e prometeu revelar os “segredos e verdades” anteriores à revolução que derrubou o ditador Hosni Mubarak, há exatamente um ano. Em comunicado, o Conselho Supremo das Forças Armadas, máxima autoridade do país, ressaltou que deixará os quartéis para se dedicar somente a defender “a terra, o céu e o mar do Egito”, como reivindicam ativistas e grupos políticos críticos ao atual papel de governo.

Entenda o caso

  1. • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, egípcios iniciaram, em janeiro, sua série de protestos exigindo a saída do então presidente Hosni Mubarak.
  2. • Durante as manifestações, mais de 800 rebeldes morreram em choques com as forças de segurança de Mubarak que, junto a seus filhos, é acusado de abuso de poder e de premeditar essas mortes.
  3. • Após 18 dias de levante popular, em 11 de fevereiro, o ditador cede à pressão e renuncia ao cargo, deixando Cairo; em seu lugar assumiu a Junta Militar.

Leia mais no Tema ‘Revolta no Egito’

Nesta quarta-feira, milhares de egípcios se reuniram na emblemática Praça Tahrir, no Cairo, para celebrar em clima de festa – e ao mesmo tempo de reivindicação – o primeiro aniversário da revolta popular. Havia uma grande presença de seguidores islâmicos, muitos com bandeiras do Partido Liberdade e Justiça – braço político da Irmandade Muçulmana -, além de inúmeras famílias que se dirigem à praça com crianças para aproveitar o feriado.

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Um grande cartaz colocado em Tahrir sintetiza de forma precisa a sensação geral: “A revolução continuará até que se cumpram suas exigências”. Algumas dessas exigências são transmitidas em outros cartazes, com slogans como “Não à Constituição sob o governo militar”, ou “Prisão para os ‘felul'” (remanescentes do regime).

Manifestantes – Hoda Kawsy, uma dona de casa de 53 anos, foi à Praça Tahrir com uma amiga, assim como fez há um ano, quando começavam os 18 dias de protestos que derrubaram Mubarak. “Viemos protestar para que a revolução continue. Até agora houve poucas mudanças porque a Junta Militar cometeu muitos erros, como o plebiscito de março (para aprovar várias emendas constitucionais)”, explicou. A mulher reiterou que deseja que os militares se desvinculem totalmente do poder político.

Outra pessoa que se aproximou da Praça Tahrir foi o candidato presidencial Amre Moussa, para quem é preciso homenagear as vítimas da revolta, que “sacrificaram seus espíritos pelo êxito da revolução”. Moussa, que participou de uma passeata até a praça, destacou que ‘não é um dia para festejar, mas para lembrar aquele dia histórico’. ‘A revolução continua e não será vencida!’, gritou no meio de milhares de pessoas que cantavam “Viva Egito”. O candidato, que está entre os favoritos para se transformar no primeiro presidente democrático do país, defendeu que a Junta Militar deva entregar o poder antes de julho a um “poder eleito” para que o país não se transforme em uma ditadura.

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No centro da praça, onde cada vez é possível ver mais barracas instaladas, foi colocada uma enorme pira com hieróglifos egípcios e uma chama sobre a qual está escrito: “Revolução de 25 de Janeiro”. Em um lado da praça, para aproveitar a corrente de solidariedade gerada, uma ambulância está coletando doações de sangue para os hospitais do Cairo. O responsável pelas doações disse que em apenas duas horas cerca de 350 pessoas já participaram, e a equipe permanecerá no local até a madrugada.

Opositores – Ao longo da manhã, a afluência na praça vai aumentando, e espera-se que nas próximas horas alcance seu ápice. Várias passeatas com milhares de cidadãos saíram de diferentes pontos do Cairo, como mesquitas, igrejas e universidades para chegar até Tahrir. Apesar do caráter predominante pacífico das manifestações, houve tensão e brigas esporádicas entre jovens revolucionários do Movimento 6 de Abril e partidários da Junta Militar que se manifestavam no bairro de Abassiya. Os pró-militares se concentravam a favor do Exército e da polícia em Abassiya quando passou uma manifestação de jovens. No encontro, eles trocaram insultos que geraram enfrentamentos, informaram fontes de segurança.

(Com agência EFE)

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