Julgamento de Mursi é adiado para 1º de fevereiro
Mau tempo no Egito impediu decolagem do helicóptero que levaria o presidente deposto ao local onde ele seria julgado, nos arredores da cidade do Cairo
O tribunal onde o presidente deposto do Egito, Mohammed Mursi, está sendo julgado adiou para 1º de fevereiro a segunda audiência do caso devido ao não comparecimento do ex-mandatário, informaram autoridades egípcias nesta terça-feira. Mursi é acusado de traição e de instigar o assassinato de manifestantes. O presidente deposto não pode ser levado da prisão de Burg al Arab, em Alexandria, para a Academia de Polícia, nos arredores do Cairo. O helicóptero no qual ele seria transportado não decolou por causa do mau tempo.
O canal de TV oficial do Egito anunciou a chegada de Mursi, mas posteriormente retificou a informação e disse que até o momento só oito acusados, entre os quais não está o ex-presidente, chegaram ao local onde o julgamento seria realizado.
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Por causa da ameaça de protestos por parte da Irmandade Muçulmana, que apoia Mursi, o clima era tenso nos arredores da Academia de Polícia, com cerca de três mil agentes de segurança e mais de 30 blindados no local. Sob o lema ‘O povo defende seu presidente’, a Irmandade Muçulmana convocou seus simpatizantes a sair nesta terça-feira em massa para protestar contra o julgamento, que considera inválido.
Além de Mursi, seriam julgados outros quatorze dirigentes da Irmandade Muçulmana, entre os quais se destacam o vice-presidente do Partido Liberdade e Justiça (PLJ) – braço político da Irmandade -, Esam el Arian, e um dos membro de seu Executivo, Mohammed Beltagui. Todos eles são acusados por suposto envolvimento na morte de manifestantes e nos incidentes ocorridos nos arredores do palácio presidencial de Itihadiya em 5 de dezembro de 2013.
Durante a primeira sessão do julgamento, em novembro do ano passado, Mursi se declarou como o presidente legítimo do país e se negou a reconhecer o tribunal, o que obrigou a um adiamento da audiência. Mursi também deverá responder por traição, já que ele é acusado de revelar informações secretas para países e organizações estrangeiras, como o Hamas. Por este último caso, o ex-presidente egípcio será julgado, junto com outras 130 pessoas, em 28 de janeiro no Tribunal Penal do Cairo.
(Com agência EFE)