Um juiz brasileiro restringiu a saída do país a 17 executivos da Chevron no âmbito do processo por um vazamento de petróleo em 2011, enquanto a procuradoria prepara uma ação penal por um novo vazamento que envolve a empresa americana, disseram fontes judiciais à imprensa sábado.
Os funcionários – cinco americanos, cinco brasileiros, três australianos, dois franceses, um canadense e um inglês – só poderão sair com autorização judicial, determinou o juiz Vlamir Costa do estado do Rio de Janeiro, segundo uma resolução divulgada pela imprensa.
A decisão faz parte um processo por delitos ambientais contra a multinacional pelo acidente ocorrido em novembro, quando foram derramados no Atlântico cerca de 3 mil barris de petróleo no Campo Frade, em águas profundas do Rio.
Na quinta-feira, a Chevron informou que havia uma “pequena infiltração” na mesma área que a obrigou a suspender suas operações de produção no Brasil. A empresa não informou se ambos os casos estão relacionados, mas as autoridades suspeitam que o segundo acidente é consequência do primeiro.
A petroleira, que foi multada em mais de 30 milhões de dólares e impedida de realizar atividades de perfuração no Brasil por causa do primeiro desastre, disse que o novo vazamento é de apenas cinco litros de petróleo.
Este sábado as autoridades realizaram um sobrevoo e identificaram “uma tênue mancha” de petróleo de quase um quilômetro, informou a Marinha. A mancha foi localizada a 130 km da costa do Rio, acrescentou sem dar mais detalhes.
Entretanto, a procuradoria prepara uma ação penal contra a Chevron pelo vazamento mais recente, que começou dia 4 de março, mas cuja origem só foi detectada na terça-feira, segundo a multinacional.
“Como haverá uma denúncia penal, e a maioria são estrangeiros, pedi que fosse impedida a saída deles” do Brasil, disse o procurador da cidade de Campos, Eduardo Santos.
O procurador não especificou se solicitará a suspensão das operações da empresa, como tentou sem êxito há alguns meses por causa do primeiro vazamento.
A Chevron anunciou que pediu permissão para suspender sua produção de forma temporária, enquanto realizava novos estudos geológicos para conhecer melhor a área.
A empresa americana só extrai petróleo no Campo Frade, onde a produção alcança os 60 mil barris diários, embora participe como sócia em outros campos.
Até o acidente de 2011, a petroleira era responsável por 3,6% da produção de petróleo no Brasil e de 1% da produção de gás natural, segundo dados oficiais.