Londres, 19 jan (EFE).- O ator britânico Jude Law e o ex-vice-primeiro-ministro trabalhista John Prescott estão entre as 36 pessoas que receberão uma indenização do grupo News International pelas escutas ilegais, informaram nesta quinta-feira seus advogados ao Tribunal Superior de Londres.
Essas pessoas, cujos telefones foram interceptados para que os jornalistas do ‘News of the World’ conseguissem informações exclusivas, chegaram a um acordo extrajudicial com a empresa editora para serem indenizadas por danos e prejuízos em troca de retirarem a denúncia.
Além de Law e Prescott, o deputado trabalhista Chris Bryant, um dos principais críticos no Parlamento das práticas ilegais do jornal de Rupert Murdoch, também aceitou uma indenização de 36 mil euros.
O jogador Ashley Cole; a cantora Dannii Minogue; Meg Matthews, ex-mulher do ex-guitarrista da banda Oasis Noel Gallagher; e a atriz Sadie Frost, ex-esposa de Jude Law, que recebeu uma quantia de 60 mil euros, indicou o advogado Mark Thompson.
Thompson, que representa diversas vítimas, afirmou que muitas ainda não conseguiram chegar a um acordo com os proprietários do ‘News of the World’, o que dará prosseguimento ao julgamento, que começará no próximo mês.
A denúncia foi apresentada contra a News Group Newspapers, filial da News International e editora do jornal, que por sua vez está incluída no conglomerado News Corporation, do magnata Rupert Murdoch.
Calcula-se que no Reino Unido há cerca de 800 vítimas das escutas telefônicas feitas por detetives e jornalistas do ‘News of the World’, entre eles famosos e pessoas como familiares de soldados ou vítimas de assassinatos célebres.
A polícia britânica deteve vários funcionários do jornal – fechado por Murdoch em julho após 168 anos de história -, que estão em liberdade condicional enquanto a investigação continua.
Paralelamente, uma comissão criada pelo Governo e liderada pelo juiz Brian Leveson analisará as práticas ilegais da imprensa do país, embora inicialmente se dedique a examinar seus princípios éticos.
O dono da News Corporation, Rupert Murdoch, e seu filho James, presidente da filial europeia News International, compareceram no ano passado a uma comissão parlamentar que investiga o escândalo das escutas no Reino Unido. EFE