Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Jovem saudita que fugiu da família recebe da ONU status de refugiada

Anúncio representa grande vitória para Rahaf al-Qunun, que denunciou maus-tratos ao se trancar em um quarto de hotel na Tailândia

Por Da Redação
Atualizado em 9 jan 2019, 17h06 - Publicado em 9 jan 2019, 14h00

A Organização das Nações Unidas (ONU) oficializou a jovem saudita Rahaf al-Qunun, que fugiu de sua família, como uma refugiada. Ainda nesta quarta-feira, 9, o Acnur, setor subordinado responsável por migração, pediu que a Austrália lhe conceda asilo. Aos 18 anos, Rahaf, que está na Tailândia, se recusou a ser repatriada para seus familiares na Arábia Saudita, alegando que era abusada física e mentalmente por eles e que seria morta depois de renunciar ao islamismo.

Esse desenvolvimento representa uma vitória significativa para a adolescente, já que Ministério do Interior australiano havia declarado “estudar a possibilidade de um visto humanitário” somente quando a jovem fosse anunciada como uma refugiada. A Austrália é conhecida por sua política de imigração muito restritiva, denunciada por ativistas.

A diretora australiana do Observatório de Direitos Humanos (HRW), Elaine Pearson, defendeu a ideia de que o governo do país deveria “agir rapidamente” para recebê-la em segurança. “É uma jovem mulher saudita que está com o rosto estampado por todo o mundo”, disse Pearson, “ela está mais exposta que outros refugiados, não apenas para sua família, mas também para ameaças online e do próprio governo.”

Al-Qunun continua em Bangcoc depois de fugir do Kuwait no sábado 6, e se recusou a encontrar seu pai e irmão, que viajaram para a Tailândia.

Continua após a publicidade

Imagens que circulam nas redes sociais mostram uma autoridade saudita repreendendo a polícia tailandesa por não ter confiscado o celular da jovem, “no dia em que ela chegou, abriu uma nova conta (no Twitter) que conseguiu 45.000 seguidores em apenas um dia”, diz o homem, “seria melhor se tivessem confiscado seu celular em vez do passaporte”, completou.

Destino final

A Tailândia era apenas uma escala de Rahaf, que viajava para a Austrália com um visto de turista que, segundo amigos, foi suspenso depois que a polêmica situação veio a público. A jovem já pretendia pedir asilo no país.

Na segunda-feira 7, o caso da adolescente chamou atenção da opinião pública depois que ela criou um forte em seu quarto de hotel, no aeroporto da cidade asiática, transmitindo mensagens e vídeos tentando evitar a deportação. Um dia depois, ela foi colocada sob proteção da ONU enquanto seu status como refugiada era discutido.

O chefe da polícia migratória tailandesa, Surachate Hakparn, garantiu que “o Acnur vai encontrar um país para recebê-la em até dois dias”, mencionando que “vários países” se ofereceram para recepcioná-la.

Continua após a publicidade

Na Arábia Saudita, as mulheres estão submetidas a várias restrições. Entre elas, são obrigadas a ficar sob a tutela de um homem (pai, marido, ou outro, a depender da situação) que exerce uma autoridade arbitrária e toma as decisões importantes em seu lugar.

O caso de Al-Qunun ganha especial relevância, após o assassinato recente cometido no consulado saudita, na Turquia, do jornalista dissidente Jamal Khashoggi.

Um grupo chamado Secret Sisterhood começou uma campanha de financiamento coletivo para que al-Qunun possa recomeçar sua vida.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.