Jornalista que revelou espionagem dos EUA deixa ‘The Guardian’
Glenn Greenwald afirmou ter recebido outra proposta de trabalho, mas não deu detalhes sobre o futuro emprego

Glenn Greenwald, o jornalista que divulgou o alcance da espionagem dos Estados Unidos a partir das informações de Edward Snowden, anunciou nesta quarta-feira que vai deixar o jornal The Guardian, que publicou suas histórias.
Em comunicado oficial, Greenwald, que foi contratado pela publicação em 2012, informou que sua parceria com o The Guardian foi “extremamente frutífera”, mas que recebeu uma proposta de trabalho única e irrecusável. Ele não deu detalhes sobre a proposta.
O jornalista americano, que vive no Brasil, teve acesso às informações sobre a espionagem dos Estados Unidos através de Snowden, antigo colaborador da Agência Nacional de Segurança (NSA) americana, que está refugiado na Rússia.
Em sua nota sobre a saída do jornal, Greenwald destacou que respeita os diretores e jornalistas com quem trabalhou e acrescentou: “Estou incrivelmente orgulhoso do que conseguimos. A decisão de sair não foi fácil, mas recebi uma oportunidade única na carreira, que nenhum jornalista poderia rejeitar”, acrescentou.
Após saber da notícia, um porta-voz do The Guardian ressaltou a importância do jornalismo de investigação e que “foi fantástico trabalhar com Greenwald”.
Leia também:
Editor diz que governo forçou ‘Guardian’ a apagar dados
Brasileiro detido em Londres leva caso à Justiça britânica
Histórico – Greenwald formou-se em Direito, em 1994, em Nova York, e criou seu próprio escritório para defender casos relacionados com o direito constitucional e os direitos civis. Uma década depois, decidiu deixar de advogar e criou um blog pessoal, Unclaimed Territory (território sem dono, em tradução livre), no qual postava suas opiniões políticas e, logo em seguida, começou a escrever no site Salon.com e a publicar diversos livros. Depois colaborou com veículos como The New York Times, Los Angeles Times e The Guardian.
No último mês de agosto, o companheiro de Greenwald, o brasileiro David Miranda, foi retido pela polícia britânica no aeroporto de Heathrow, em Londres, quando fazia uma conexão entre Berlim e Rio de Janeiro. Segundo David, os agentes apreenderam vários de seus aparelhos eletrônicos, como computador, celular e dispositivos de memória. David Miranda voltava de Berlim, onde tinha visitado a documentarista Laura Poitras, que trabalhava com Greenwald e outros jornalistas na análise dos documentos entregues por Snowden.
(Com agência EFE)