Jornalista japonesa morre em confronto na cidade de Alepo
Mika Yamamoto, de 45 anos, era veterana na cobertura de conflitos armados
A jornalista japonesa Mika Yamamoto, de 45 anos e especializada na cobertura de guerras, morreu na segunda-feira após ser gravemente ferida quando acompanhava os confrontos entre tropas do governo sírio e rebeldes na cidade de Alepo. Segundo a agência de notícias Kyodo, a embaixada do Japão na Síria, que opera atualmente da Jordânia, confirmou a morte, revelando que o corpo foi reconhecido pelo colega de Yamamoto, Kazutaka Sato. A jornalista trabalhava para a agência Japan Press.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o regime de Bashar Assad.
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram milhares de pessoas no país.
- • A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.
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Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), Yamamoto foi morta quando cobria, ao lado do colega Sato, enfrentamentos em Sleiemane al-Halabi, bairro do leste de Alepo onde violentos combates eclodiram na manhã de segunda-feira. “(Ela) acabou ferida com gravidade. Nós a levamos para um hospital, onde faleceu devido aos seus ferimentos”, explicou Rami Abdel Rahman, presidente do OSDH, para a agência France-Presse.
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Em um vídeo postado por ativistas no YouTube é possível ver o corpo de uma mulher em uma maca, apresentado como o da jornalista. O braço direito da vítima apresenta um ferimento grave e, ao seu lado, um homem asiático parece pedir ajuda a um médico. Segundo o jornal inglês The Guardian, um repórter da agência Associated Press que já trabalhou com Yamamoto reconheceu o corpo da jornalista nas imagens.
Trajetória – Nascida na província de Yamanashi (centro do Japão) em 1967, Yamamoto se graduou na Universidade de Tsuru e se uniu à Japan Press em 1995 após dirigir uma emissora de televisão a cabo. Na agência, a jornalista cobriu vários conflitos armados, entre eles a ofensiva comandada pelos Estados Unidos no Afeganistão, no final de 2001, e a guerra do Iraque, em 2003.
Imprensa – O OSDH informou nesta segunda-feira que três jornalistas estão desaparecidos em Alepo: uma libanesa, um árabe de nacionalidade não revelada e um turco. Em fevereiro, a premiada jornalista americana Marie Colvin e o fotógrafo francês Remi Ochlik morreram após o centro de imprensa improvisado na cidade de Homs ser atingido por um bombardeio.
(Com agências France-Presse e EFE)