Jornalista húngara que agrediu refugiados há um ano é indiciada
Há um ano, Petra Laszlo deu chutes e rasteiras em adultos e crianças que tentavam atravessar a fronteira entre Sérvia e Hungria
A jornalista húngara que chocou o mundo ao ser flagrada agredindo refugiados na fronteira entre Sérvia e Hungria no ano passado foi formalmente indiciada pela Justiça. Petra Laszlo foi acusada de “perturbação da ordem pública”, de acordo com um comunicado assinado pelo promotor Zsolt Kopasz, do condado húngaro de Csongrad.
Após as investigações, a Justiça decidiu, porém, que a atitude da cinegrafista “não foi motivada por considerações étnicas ou pela condição de migrantes das pessoas agredidas”.
As cenas em que Petra chuta e dá rasteira em adultos e crianças provocaram grande indignação após divulgação maciça nas redes sociais. O governo húngaro já estava sob fortes críticas por sua atitude hostil em relação aos migrantes.
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O incidente aconteceu em 8 de setembro de 2015, quando centenas de solicitantes de asilo, que viajaram até a Grécia pela costa turca, transitavam diariamente pela rota dos Bálcãs em direção a Alemanha.
No dia em questão, vários grupos conseguiram forçar a passagem pelo cordão de isolamento dos policiais húngaros, que tentavam impedir sua entrada no país.
A rasteira da jornalista, que trabalhava para um canal de TV ligado à extrema-direita, “não provocou ferimentos, mas seu comportamento provocou indignação e revolta entre as pessoas presentes”, destaca a promotoria. Demitida pouco depois, a Petra se defendeu alegando que entrou em pânico.
Uma semana após o incidente, a Hungria completou a construção de uma cerca de arame farpado ao longo da fronteira com a Sérvia, que depois foi seguida por outra na fronteira com a Croácia, o que reduziu consideravelmente a passagem de refugiados por esta rota.
Um pai de família sírio com o filho no colo agredido pela jornalista obteve asilo na Espanha.
(Com AFP)