João Paulo II mantinha correspondência “íntima” com uma filósofa
De acordo com a 'BBC', o papa chegou a confessar um “conflito emocional” em relação à sua amiga
Um conjunto de cartas e fotografias arquivados na Biblioteca Nacional da Polônia revela uma “intensa amizade” entre o papa João Paulo II e a filósofa polonesa-americana Anna-Teresa Tymieniecka, informa a BBC nesta terça-feira. Os arquivos são o foco central do documentário “As cartas secretas do papa João Paulo II”, que vai ser transmitido nesta noite pela emissora pública britânica. O filme pretende mostrar a estreita e longa relação de amizade entre o papa em uma mulher casada. Ambos se corresponderam por mais de 30 anos.
A amizade entre o papa polonês Karol Wojtyla e Anna-Teresa começou quando ela entrou em contato com o então cardeal arcebispo de Cracóvia, em 1973, para consultar sobre um livro de filosofia que ele tinha escrito. A estudiosa então foi à Polônia encontrar Wojtyla e a correspondência entre os dois começou logo depois, prosseguindo inclusive depois do cardeal ser eleito como papa, em 1978.
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Depois do primeiro contato, eles voltaram a se encontrar pessoalmente. Ao passar dos anos, a admiração mútua foi crescendo e as cartas foram se tornando cada vez mais íntimas e, de acordo com a BBC, o papa chegou a confessar um “conflito emocional” em relação à sua amiga. Em 1974, ele escreveu que estava relendo as cartas de Anna-Teresa porque elas eram “muito significativas e profundamente pessoais”.
As fotografias reveladas pela emissora britânica mostram o futuro papa e sua amiga em momentos de descontração. Em uma das imagens, Wojtyla está apenas de bermuda, sem camisa, conversando com Anna-Teresa em um acampamento. Há também fotografias dos dois em caminhadas, montanhas nevadas e durante as visitas de Anna-Teresa ao Vaticano.
A BBC, que teve acesso exclusivo a apenas parte da correspondência íntima do papa, esclarece o documentário não afirma que o ex-sumo pontífice, que foi canonizado em 2014, quebrou o celibato.
(Da redação)