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Japão volta a usar energia nuclear apesar do acidente de Fukushima

Por Yoshikazu Tsuno
1 jul 2012, 14h27

O reator Nº 3 da central de Ohi (oeste do Japão) foi reativado neste domingo, apesar da oposição da população traumatizada, sendo o primeiro a ser acionado desde o acidente na central de Fukushima, em março de 2011, e o fim de um período sem energia nuclear.

Apesar de uma opinião pública muito dividida e de protestos recorrentes, a Kansai Electric Power ativou o reator às 21h00 (09h00 de Brasília).

O acidente nuclear de Fukushima foi provocado pelo terremoto e tsunami que devastaram o litoral do nordeste do Japão em 11 de março de 2011.

A reação em cadeia deve ser confirmada na segunda-feira e a produção de energia elétrica deve começar em 4 de julho.

Em 16 de junho, a empresa recebeu o aval das autoridades locais e do primeiro-ministro Yoshiho Noda para religar os reatores Nº 3 e Nº 4 de Ohi. A Kansai iniciou imediatamente os preparativos.

O município de Ohi, a Prefeitura de Fukui (a província onde fica o reator) e o governo central consideraram que os reatores poderão ser reativados de forma segura com base nos testes de resistência ratificados pelas instâncias de controle, apesar das advertências dos sismólogos de que as obras de consolidação contra os tremores e tsunamis ficarão prontas dentro de três anos.

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“Minha responsabilidade é proteger os cidadãos”, afirmou o primeiro-ministro Noda.

Ele prometeu que fará tudo o que estiver a seu alcance para que não ocorra outro acidente como o de Fukushima, inclusive no caso de uma nova catástrofe natural. Mas insistiu que “a energia nuclear é uma fonte de energia elétrica crucial”.

A decisão final sobre a reativação do reator foi tomada com base em considerações fundamentalmente econômicas, já que a falta de energia nuclear estava provocando restrições do consumo prejudiciais para as empresas.

Além disso, a necessidade de importar mais petróleo e gás natural para fazer funcionar em regime total as centrais térmicas estava aumentando a compra de produtos no exterior, o que gerava um enorme déficit comercial.

A reativação do reator Nº 3 é a primeira de uma unidade atômica no Japão desde a tragédia de Fukushima.

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Depois do acidente, os 50 reatores nucleares do arquipélago foram paralisados. No momento, apenas as unidades 3 e 4 de Ohi foram autorizadas a retomar o serviço, depois de superar as análises técnicas e muitos obstáculos políticos.

Além de um abaixo-assinado com mais de 7,5 milhões de nomes, nas duas últimas sextas-feiras milhares de japoneses protestaram diante da residência do primeiro-ministro em Tóquio para manifestar oposição às centrais nucleares.

Nos últimos três dias, centenas de japoneses bloquearam o acesso à central de Ohi para tentar impedir o acionamento do reator.

Muitos temem que o caso de Ohi estimule a reativação de outros reatores no país.

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