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Japão vive a pior crise desde a II Guerra Mundial

Primeiro ministro japonês faz apelo em rede de televisão e alerta que haverá racionamento de energia, água e gás

Por Da Redação
13 mar 2011, 09h47

O primeiro ministro do Japão, Naoto Kan, afirmou neste domingo que o país vive a pior crise desde a II Guerra Mundial. Durante pronunciamento na televisão japonesa, o premiê fez um apelo para que toda a população se una com o objetivo de reconstruir a nação, devastada após o terremoto e tsunami dessa sexta-feira. “Tenho certeza que poderemos superar tudo isso se estivermos juntos”, disse.

Perigo nuclear – A situação ainda é grave na usina nuclear de Fukushima 1, um dia depois da explosão próxima ao reator. O governo está injetando água do mar para tentar conter o aquecimento do reator 3 da usina, mas os medidores não estão detectando a entrada da água. Durante o pronunciamento na TV, o premiê alertou que o país fará racionamento de energia por causa do fechamento da usina Fukushima e outras estações. O racionamento também irá afetar o fornecimento de água e gás em algumas regiões do país.

Em função do acidente, o governo japonês declarou na sexta-feira estado de “emergência nuclear”. Cerca de 46.000 moradores em um raio de 10 quiômetros da usina foram retirados de suas casas e transportados para lugares seguros. Com o agravamento da situação, o governo ampliou a área de evacuação para 20 quilômetros.

O número de indivíduos expostos à radiação provocada pelo acidente pode chegar a 160, disse um funcionário da agência japonesa de segurança nuclear, neste sábado. Nove pessoas já haviam mostrado uma possível exposição à radiação da usina, com base em informações de testes por parte das autoridades municipais e de outras fontes.

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O acidente ocorreu quando o reator número 1 da usina atômica de Fukushima Daiichi liberou radiação após o forte terremoto, seguido por tsunami, que atingiu o Japão na sexta-feira. A radiação danificou o sistema de refrigeração e o operador foi forçado a liberar a pressão acumulado no reator.

Trata-se do pior acidente nuclear desde a catástrofe de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986. Ele foi classificado pelas autoridades como categoria 4. De acordo com a Escala Internacional de Sucessos Nucleares (INES), isso equivale a um “acidente com consequências de alcance local”, informou o jornal El Pais, nesse sábado. Na classificação, 7 é a categoria máxima. Apenas em duas ocasiões foram registrados acidentes piores, de acordo com a classificação da INES: Chernobyl (nível 7, “acidente grave”) e a fusão do núcleo de um reator da central americana Three Mile Island, em 1979 (nível 5, “acidente com consequências de maior alcance”).

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Mortos e desaparecidos – Em meio à preocupação com a crise nuclear, o exército japonês encontrou entre 300 a 400 corpos no porto de Rikuzentakata, que se somam aos entre 200 e 300 cadáveres descobertos numa praia de Sendai (nordeste, prefeitura de Miyagi) depois da passagem da imensa onda de mais de 10 metros.

A agência Kyodo News informou que operadores ferroviários perderam o controle de quatro trens que trafegavam por linhas férreas costeiras na sexta-feira. As composições ainda não tinham sido encontradas até a tarde deste sábado, no horário local. A East Japan Railway Co., que opera as linhas, informou que não sabe quantas pessoas viajavam nos trens.

O primeiro-ministro Naoto Kan disse que 50 mil soldados do Exército se juntaram ao esforço de resgate e recuperação das áreas atingidas. “A maioria das casas ao longo da linha costeira foi destruída e há muitos incêndios ali”, disse Kan, após sobrevoar a região por helicóptero.

Enquanto isso, os números de mortos e desaparecidos não param de aumentar. As autoridades japonesas elevaram neste domingo para 1.217 o número de mortos e 1.086 o de desaparecidos pelo terremoto de sexta-feira (11). Espera-se que o número de vítimas continue aumentando, pois só na província de Miyagi a polícia acredita que haverá, pelo menos, dez mil mortes, a maioria em Minamisanriku, uma localidade litorânea totalmente arrasada pelo tsunami que seguiu o terremoto. Também há 1.167 pessoas desaparecidas na província de Fukushima, segundo a apuração das autoridades locais.

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Mais de 100 mil militares foram alocados para socorrer as vítimas, incluindo resgatistas e pessoal especializado de quase 70 países, além do porta-aviões americano Ronald Reagan. Além do resgate, a atenção se centra na situação de duas usinas nucleares de Fukushima, onde há vários reatores com problemas de superaquecimento depois que os cortes de energia gerados pelo terremoto danificaram o sistema de refrigeração. Cerca de 210 mil pessoas foram evacuadas em um raio de 20 quilômetros ao redor da central número 1 de Fukushima, enquanto em todo o país o número de evacuados chega a 390 mil.

O número de pessoas pode ser muito maior porque a polícia ainda não recebeu informações dos evacuados da prefeitura de Miyagi, uma das zonas que sofreu maiores danos humanos e materiais. Milhares de pessoas continuam bloqueadas em prédios isolados pelas águas nessa localidade, segundo a prefeitura.

Ajuda internacional – A comunidade internacional começou a enviar equipes de resgate no sábado para ajudar o Japão. “Estamos no processo de enviar nove especialistas que estão entre os mais experientes que temos para lidar com catástrofes. Eles ajudarão a avaliar as necessidades e coordenar assistência com autoridades japonesas”, disse Elisabeth Byrs, porta-voz do escritório da Organização das Nações Unidas para a coordenação de assuntos humanitários.

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