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Japão desliga seu último reator nuclear

Por Por Shingo Ito
5 Maio 2012, 14h28

O Japão desligou neste sábado seu último reator nuclear ainda em funcionamento para iniciar operações de manutenção que durarão vários meses, deixando o país sem energia nuclear, um ano depois da catástrofe de Fukushima.

Segundo um porta-voz da companhia de eletricidade Hokkaido Electric Power (Hepco), o reator Tomari 3, situado na região norte do Japão, que era o único que permanecia funcionando dos 50 reatores existentes no país, foi definitivamente desligado às 23h03 locais (11h0 de Brasília).

Desta forma, o Japão permanecerá vários meses sem energia nuclear, fonte de 25% a 30% da eletricidade produzida no país, a terceira maior economia mundial.

Coincidindo com o fim da geração de energia atômica, reativou-se no Japão o debate sobre a necessidade deste tipo de energia, em meio a crescentes temores de apagões quando chegar o calor no verão boreal.

Depois do terremoto e tsunami de 11 de março de 2011, que provocaram um grave acidente na central nuclear de Fukushima, atingida por uma onda de 14 metros de altura, 11 reatores, dos 37 em função naquele momento, foram desativados imediatamente.

Com o passar do tempo, todas as unidades do país foram paralisadas para operações de manutenção, obrigatórias por razões de segurança após 13 meses de atividade ininterrupta.

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Mas nenhum deles foi religado, também por motivos de segurança. Todos precisam passar por testes de resistência, sobretudo ante catástrofes naturais, e pela aprovação das autoridades locais para a reativação.

O governo japonês anunciou recentemente que pode voltar a religar os reatores do oeste do país, mas destacou que não fará qualquer pressão a respeito, já que a população demonstra muitas dúvidas após o acidente de Fukushima, a pior catástrofe nuclear desde a de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986.

No entanto, não há nenhuma agenda prevista sobre o uso futuro da energia nuclear no Japão, embora o governo deseja propor a população nos próximos meses um novo plano energético geral.

Para compensar a ausência total de energia nuclear, os operadores terão que aumentar suas importações de petróleo e gás natural para alimentar suas usinas térmicas.

Os cidadãos, por sua vez, têm a responsabilidade de reduzir seu consumo de eletricidade para evitar apagões.

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O ministério de Energia foi cenário de uma manifestação contra o uso da energia nuclear. “Começou no Japão uma nova era, sem energia nuclear”, declarou Gyoshu Otsu, um monge budista de 56 anos que participou do protesto.

“Gerar energia nuclear é como um ato criminoso em que ainda há muita gente sofrendo. Se permitimos uma situação como a de até agora, pode ocorrer outro acidente”, denunciou o monge.

Cinco mil e quinhentas pessoas participaram de outra marcha pelo centro da capital com o lema “Sayonara (adeus), energia nuclear”.

O ministro encarregado de políticas nucleares, Goshi Hosono, admitiu a jornalistas que “a situação relativa à produção de eletricidade é séria, mas não podemos sacrificar a segurança”. “Queremos enfrentar a realidade com firmeza”, acrescentar.

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