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Japão cria ‘equipe de caça’ para conter ataques de ursos e convoca soldados aposentados

Mudança climática e declínio demográfico alteraram comportamento dos animais, que mataram 13 pessoas em 1.000 incidentes em 2025

Por Flávio Monteiro
14 nov 2025, 12h58

A crise envolvendo constantes ataques de ursos no Japão forçou o governo a aprovar um plano emergencial de ação que prevê a formação de “equipes de caça”, compostas por ex-soldados e policiais aposentados. O gabinete japonês anunciou a medida nesta sexta-feira, 14, como uma resposta ao aumento recorde de mortes humanas em decorrência da presença de tais animais em regiões habitadas.

“Faremos estrategicamente o que for necessário para garantir a segurança e a proteção do público e combater os danos causados pelos ursos”, declarou o secretário-chefe do gabinete, Minoru Kihara. A nova unidade será composta por pessoas que tem treinamento em armas de fogo, como veteranos das Forças de Autodefesa do Japão. Até o momento, 13 pessoas foram mortas por ursos em mais de mil ataques, alarmando a população.

Na semana passada, a descoberta do corpo de uma idosa de 79 anos identificada como Kiyo Goto aumentou a percepção de insegurança do público. Ela teria sido atacada por um urso na prefeitura de Akita, enquanto ia colher cogumelos nas montanhas. As consequências de tal cenário vem afetando o turismo e provocando o cancelamento de festivais, eventos esportivos e excursões escolares.

“Os cidadãos são forçados a viver em constante medo diariamente, ficando nervosos até mesmo ao abrir a porta de casa, com receio de um urso aparecer de repente”, disse o governador de Akita, Kenta Suzuki, à imprensa local. “Isso não deveria estar acontecendo na sociedade japonesa moderna”, disparou. A região foi uma das mais afetadas pela alta, com 8 mil avistamentos de ursos em 2025.

+ Japão mobiliza militares para conter onda mortal de ataques de ursos

A iniciativa proposta pelo governo prevê a utilização de “tecnologia avançada”, como drones, para rastrear e capturar os animais que invadirem áreas habitadas. Tóquio também estuda criar “zonas tampão” entre cidades e florestas para dificultar o acesso de ursos a regiões urbanas, e construir cercas elétricas ao redor de fazendas e áreas residenciais.

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Outro ponto de atenção estudado pelo governo é o gerenciamento da opinião pública, apontando que “reclamações excessivas por parte da população podem sufocar os esforços de abate do governo”. Segundo uma pesquisa realizada pela emissora pública NHK, 71% dos japoneses acham que os esforços para prevenir ataques de ursos deveria ser reforçados. Nas redes sociais, vídeos com ataques viralizam e ampliam a percepção de medo.

Estimativas apontam que o Japão abriga 44 mil ursos-negros, cujo número triplicou no último ano, e 12 mil ursos pardos — todos situados na ilha de Hokkaido, no norte do país. Especialistas apontam que a mudança no comportamento dos animais, que aparentemente se tornaram mais hostis a humanos, se deve a diferentes fatores, como mudanças climáticas, redução da área cultivada e declínio da população rural.

Segundo o professor da Universidade de Agricultura de Tóquio Koji Yamazaki, a redução da população humana em áreas rurais fez com que muitas terras agrícolas fossem abandonadas, permitindo a expansão das florestas — o que aproximou os ursos de regiões habitadas. Além disso, os efeitos climáticos afetam a disponibilidade das frutas e nozes necessárias para que os animais se preparem para a hibernação, forçando-os a percorrer distancias maiores em busca de alimentos.
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