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James Murdoch volta a depor no Parlamento sobre escutas

No 1º depoimento, filho do magnata do News Corp. negou conhecer o esquema

Por Da Redação
10 nov 2011, 07h01

O filho do magnata Rupert Murdoch, James, depõe pela segunda vez nesta quinta-feira, perante a comissão parlamentar que investiga o escândalo das escutas ilegais no extinto tabloide News of the World. O presidente da Comissão de Meios de Comunicação da Câmara dos Comuns, John Wittingdale, havia declarado em setembro que tinha “mais algumas perguntas” a fazer a James Murdoch após ouvir outras testemunhas do caso.

Entenda o caso

  1. • O tabloide News of the World recorria a detetives e escutas telefônicas em busca de notícias exclusivas.
  2. • Entre as vítimas dos grampos estão celebridades, políticos, membros da família real e até parentes de soldados mortos.
  3. • Policiais da Scotland Yard também teriam sido subornados para fornecer informações em primeira mão aos jornalistas.
  4. • O escândalo forçou o fechamento do jornal sensacionalista, que circulou por 168 anos e era um dos veículos do grupo News Corp., do magnata Rupert Murdoch.

Leia mais no Tema ‘Grampos na Grã-Bretanha’

James e o pai, que é dono do império de comunicação News Corp., já prestaram esclarecimentos aos parlamentares em julho passado, mas novas provas apontam lacunas nas versões dos dois empresários, que negaram conhecimento do esquema de escutas ilegais. O próprio primeiro-ministro britânico, David Cameron, já declarou que a News Internacional – filial britânica do grupo – ainda tem “uma grande bagunça para limpar”.

Na primeira aparição perante o painel da comissão, poucos dias após o fechamento do jornal sensacionalista, James Murdoch negou estar ciente da existência de um e-mail que demonstrava que os grampos no News of the World não eram trabalho de apenas um repórter, mas que estavam generalizados. Contudo, outras duas testemunhas, o ex-redator do jornal Colin Myler e o ex-advogado do News International Tom Crone, asseguraram em duas ocasiões que informaram ao presidente da companhia sobre este e-mail durante uma reunião em 2008. As declarações foram rebatidas por James, que voltou a negar tudo.

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Leia mais:

Leia mais: Os 168 anos de sensacionalismo do News of the World

Custos – Sabendo ou não das escutas ilegais, fato é que o escândalo obrigou o fechamento do News of the World – de longe o jornal mais rentável do portfólio do magnata Rupert Murdoch -, o que lhe custou nada menos que 91 milhões de dólares (mais de 156 milhões de reais), segundo um anúncio do próprio News Corp. A empresa também teve um prejuízo de cerca de 130 milhões de dólares (224 milhões de reais) na tentativa frustrada de obter 100% da emissora via satélite BSkyB, entre outros encargos.

No início do mês, a Polícia Metropolitana britânica anunciou que 2.000 pessoas mais do que o anunciado anteriormente podem ter sido vítimas de grampos telefônicos na Grã-Bretanha. Em julho, Sue Akers, autoridade encarregada de investigar o detetive particular Glenn Mulcaire, que trabalhava para o tabloide, disse que 3.870 nomes tinham sido encontrados em seus arquivos. Agora, já são 5.795 nomes identificados em documentos apreendidos. E o número pode crescer ainda mais.

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Histórico – Em 2006, descobriu-se que o tabloide britânico News of the World recorria a detetives e escutas telefônicas ilegais para interceptar mensagens deixadas nas caixas postais de determinados celulares, no intuito de conseguir informações em primeira mão. As vítimas seriam celebridades, políticos e até membros da família real.

No início de julho de 2011, o caso ganhou novas proporções após a divulgação de que, entre os telefones espionados, estava o de uma menina assassinada, de parentes de soldados mortos no Afeganistão e no Iraque e até de vítimas do atentado terrorista de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.

Após as revelações, o premiê David Cameron prometeu uma investigação profunda sobre o caso, o FBI decidiu apurar os fatos paralelamente e o império de Rupert Murdoch, o conglomerado News Corp., ficou abalado com o escândalo e encerrou as atividades de um dos tabloides de maior sucesso da Grã-Bretanha, após 168 anos de história.

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