Itamaraty diz que não há pedido formal de asilo de Snowden
Ex-analista de inteligência divulgou uma ‘carta ao povo brasileiro’
O Itamaraty afirmou nesta terça-feira que não está considerando a possibilidade de conceder asilo ao ex-analista de inteligência Edward Snowden porque não recebeu um pedido formal. A informação foi dada após a publicação de uma carta de Snowden pelo jornal Folha de S.Paulo na qual o ex-técnico da Agência de Segurança Nacional expressa sua “disposição em auxiliar” investigações sobre a “suspeita de crimes cometidos contra cidadãos brasileiros”.
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“Expressei minha disposição de auxiliar quando isso for apropriado e legal, mas, infelizmente, o governo dos EUA vem trabalhando arduamente para limitar minha capacidade de fazê-lo”, diz Snowden na carta. “Até que um país conceda asilo político permanente, o governo dos EUA vai continuar a interferir em minha capacidade de falar”, continua.
Antes da publicação das primeiras reportagens revelando detalhes sobre os programas secretos de vigilância do governo americano, Snowden já havia fugido dos Estados Unidos, primeiro para a China e depois para a Rússia, onde passou mais de um mês na área de trânsito do aeroporto de Moscou até conseguir asilo temporário.
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No início de julho, o site WikiLeaks divulgou que o ex-técnico havia solicitado asilo a mais de vinte países – incluindo o Brasil, que não respondeu à solicitação justamente porque não houve a formalização do pedido. O que o Brasil e outros países receberam, informou o Ministério das Relações Exteriores, foi uma sondagem sobre um eventual pedido, que não foi confirmado. Nesta terça, o MRE ressaltou que não há como comentar uma carta publicada pela imprensa e que caso haja um pedido formal de asilo, ele será analisado.
Pouco depois da divulgação da carta, o namorado do jornalista americano Glenn Greenwald, autor das primeiras reportagens sobre o assunto, David Miranda, iniciou uma petição on-line no site Avaaz pedindo que a presidente Dilma Rousseff conceda asilo a Snowden.