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Itália: histórias trágicas de um naufrágio

Por Vincenzo Pinto
19 jan 2012, 18h52

Um jovem músico que embarca pela primeira vez em um cruzeiro, uma criança de cinco anos cujo pai que desaparece na escuridão, duas amigas que ninguém encontra são algumas das histórias trágicas do naufrágio no Mediterrâneo.

Das 24 pessoas que estão desaparecidas desde a fatídica noite em que o navio de cruzeiro “Costa Concordia” afundou, há figuras heróicas, como o do jovem baterista com aparência de hippie e coração bondoso e histórias dolorosas como o de uma mãe generosa que não abandonou sua amiga.

MÚSICO

Giuseppe Girolamo, um músico de 30 anos, nascido em Bari (sul da Itália) começou a trabalhar para uma orquestra de cruzeiros no dia 4 de dezembro.

Na última foto no Facebook do baterista, com data de 27 de dezembro, aparece alegre acompanhado de um grupo de amigos, todos com gorros de Natal.

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Segundo testemunhas, estava tocando no momento em que o navio encalhou diante da ilha italiana de Giglio. Um colega o viu quando subia em um barco e que tinha posto o colete salva-vidas. Mas ao perceber que uma criança pequena chorava, cedeu seu lugar no bote. Um gesto altruísta que provavelmente lhe custou a vida. Agora aparece na lista de desaparecidos, apesar de seus amigos no Facebook não perderem a esperança de encontrá-lo com vida.

O PAI E A FILHA DE CINCO ANOS

William Arlotti, de 36 anos, e sua filha Dayana, de 5 anos, foram separados da mulher que os acompanhava, a namorada do pai, durante a caótica evacuação. A mulher se agarrou a uma escada enquanto o pai com a filha deslizava na escuridão por causa da inclinação da nave.

A mãe da menina, divorciada de Arlotti, acompanha desesperada as buscas na ilha, mas, conforme o tempo passa, menores são as esperanças.

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O CASAL FRANCÊS

A última mensagem do casal francês, Mylène, de 23 anos e Mickaël, de 25 anos, chegou na fatídica sexta-feira 13 às 23H15 (20H15 de Brasília). Exatamente uma hora depois do choque no banco de areia na ilha de Giglio. Em uma mensagem enviada pelo celular aos pais de Mickaël eles descrevem telegraficamente a situação: “O barco se inclina, temos coletes salva-vidas, evacuação caótica, todo mundo empurra. Envio esta (mensagem) para mantê-los informados”.

Desde então nada se sabe sobre eles. A família se aferra a uma esperança: “Se não encontram os corpos é porque estão vivos”.

AS SICILIANAS

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As sicilianas Maria Grazia Trecarichi, 50 anos e Lucia Virzi, 49 anos, viajavam com a filha de uma delas e o namorado. Estavam prontas para subir no barco quando uma delas quis voltar à cabine para buscar um casaco no meio da evacuação. Ao chegar à margem, a jovem liga para sua mãe que a tranquiliza: “sim, já estamos nos botes”. Uma mentira piedosa. Pouco depois liga ao marido, narra o caos a bordo e diz: “estamos morrendo no mar”.

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