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Itália estima mais de 300 mortos em tragédia com imigrantes

Barco com cerca de 500 pessoas naufragou na costa da Ilha de Lampedusa

Por Da Redação
4 out 2013, 06h10

As equipes de resgate retomaram na manhã desta sexta-feira os trabalhos na costa da Ilha de Lampedusa, ao sul da Itália, um dia depois da tragédia com o barco de imigrantes ilegais africanos que afundou com cerca de 500 pessoas a bordo. Até agora, 111 corpos foram recuperados, mas como há pouco mais de 150 pessoas resgatadas com vida e centenas de desaparecidos, a expectativa é de que o número de mortos no acidente ultrapasse os 300.

A tragédia chocou a Itália, voltando a chamar atenção para o problema da imigração ilegal no país, um dos destinos preferenciais dos imigrantes que tentam fugir do norte da África via Mar Mediterrâneo. O papa Francisco, que escolheu a Ilha de Lampedusa para fazer sua primeira viagem em julho, disse em vista à cidade de Assis que a Itália vive “um dia de lágrimas”, mas também fez uma crítica que respinga nas autoridades: “Só me vem a palavra vergonha. É uma vergonha”, definiu a tragédia. Em homenagem às vítimas, todas as escolas italianas farão um minuto de silêncio nesta sexta-feira.

De acordo com as equipes de resgate, um incêndio no convés do navio provocou o naufrágio. Há relatos de passageiros de que o fogo foi provocado por pessoas que estavam no barco, na esperança de chamar atenção da guarda costeira e de barcos pesqueiros e, dessa forma, fazer com que os passageiros fossem levados a terra firme.

“Quando os imigrantes se deram conta de que o barco estava pegando fogo, todos eles correram para o outro lado do navio, provocando o naufrágio”, explicou Simona Moscarelli, porta-voz da Organização Internacional para Imigração em Roma, à rede britânica BBC. Ela disse que apenas três mulheres das 100 que viajavam na embarcação sobreviveram.

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A maioria dos imigrantes que estava a bordo vinha da Somália, da Eritreia e de Gana. A guarda costeira italiana acredita que o barco deixou a Líbia com a Ilha de Lampedusa como destino final. A prefeita de Lampedusa, Giusi Nicolini, disse que as cenas vistas na ilha se assemelham a um “cemitério”, e são um “horror contínuo”. O primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, classificou o naufrágio de “imensa tragédia” em sua página no Twitter.

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Já a chanceler Emma Bonino considerou o acidente uma fatalidade. “Não existe uma solução milagrosa para o êxodo de imigrantes. Se ela existisse, nós a teríamos encontrado e colocado em prática”, afirmou. Simona, por sua vez, cobrou do governo uma atitude imediata. “Precisamos fazer alguma coisa na Líbia, nos países em transição, para impedir outras tragédias.”

Nova tragédia – O naufrágio desta quinta é uma nova tragédia envolvendo a imigração ilegal na Itália nas últimas semanas. Na segunda-feira, treze imigrantes ilegais morreram após terem sido obrigados pelos traficantes que os transportavam a saltar da embarcação na qual viajavam, mesmo sem saber nadar e com o mar agitado.

No total, cerca de 200 pessoas foram obrigadas a se jogar no mar, a poucos metros da praia do Pisciotto, na província de Ragusa, localizada na Sicília. Além disso, no dia 10 de agosto, outros seis imigrantes ilegais, entre eles um menor de idade, morreram ao tentar alcançar o litoral siciliano a nado, depois que o barco pesqueiro no qual viajavam com vários imigrantes da Síria e do Egito encalhou.

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(Com agências Reuters e EFE)

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