Uma coleção de 13 obras de arte, entre elas “Narciso”, do grande mestre italiano Caravaggio, cujo realismo revolucionou a história da pintura no século XVII, será exposta em Cuba no Museu de Belas Artes de Havana, anunciaram fontes italianas.
A exposição ficará aberta de 23 de setembro a 27 de novembro.
“Caravaggio é o melhor embaixador da Itália no mundo e o mais pedido”, disse Rossella Vodret, responsável pelo Polo Museale de Roma, que está entre os organizadores da exposição.
“Trata-se de um evento especial, que faz parte de uma estratégia política global”, explicou Vincenzo Scotti, vice-ministro de Relações Exteriores.
O envio de obras tão importantes à ilha caribenha gera controvérsia em alguns setores culturais italianos, que temem que o transporte e a exibição arruínem esse precioso e delicado patrimônio cultural.
O professor e especialista Tomaso Montanari denunciou recentemente no jornal Il Fatto Quotidiano os “graves riscos” que essas obras estão correndo.
Também acusou o governo Silvio Berlusconi de querer promover a Itália através de exposições decididas sem critério cultural, organizadas apenas pela vontade de administradores, políticos ou patrocinadores.
O “Narciso” do pintor Caravaggio – criador do Tenebrismo, morto pela malária em 1610 na Toscana aos 37 anos, depois de uma vida de bebedeiras e brigas – terá um seguro de 50 milhões de euros.
As demais obras terão cada uma seguro de 1 milhão de euros.
Segundo o sub-secretário italiano de Cultura, Riccardo Villari, a exposição suscita em Cuba “muita espectativa”.
Os gastos ficarão a cargo da empresa de aviação Blue Panorama, que se encarrega também de pagar o seguro de todas as obras.
“A exposição não custará nada à Itália”, afirmou Mario Resca, diretor-geral para a Valorização do Patrimônio Italiano.
Segundo a imprensa italiana, os mais entusiasmados com a exposição são as autoridades cubanas.
As 13 obras partirão de Roma e provêm do Museu Nacional de Arte Antiga, com sede no Palácio Barberini.
Não é a primeira vez que saem da Itália.
O “Narciso” de Caravaggio esteve recentemente em Montenegro, Japão e Estados Unidos.
“É uma obra-prima, um dos quadros mais sugestivos da pintura italiana”, disse Vodret.
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