Israel qualifica de ‘telenovela’ a investigação sobre a morte de Arafat
Relatório suíço sustenta de forma 'moderada' a hipótese de envenenamento do líder da Autoridade Palestina

O porta-voz oficial do ministério das Relações Exteriores israelense qualificou de “telenovela” a investigação sobre a morte do líder palestino, realizada por três países. “Isto não tem nada a ver com Israel, nem tem a mínima credibilidade. É outro episódio na interminável telenovela entre Suha Arafat [viúva de Arafat] e a Autoridade Nacional Palestina”, disse Yigal Palmor.
Um relatório do Instituto de Radiofísica do Hospital Universitário de Lausanne divulgado nesta quarta-feira pela rede catariana Al Jazeera sustenta a hipótese de envenenamento de Arafat, morto em 2004. Os cientistas, que corroboraram os resultados de outro laboratório em Moscou, acharam níveis de polônio-210 18 vezes superiores ao normal nas amostras tomadas do corpo de Arafat.
Leia também
Relatório aponta indícios de envenenamento na morte de Arafat
Kerry tenta manter Israel e palestinos na mesa de negociações
Weisglas, homem de confiança de Sharon, explicou que entre 2001 e 2002 Arafat foi prejudicial para a política da região, “mas em 2004 já estava marginalizado na política palestina”. Guisin lembrou que foi Sharon quem autorizou a saída de Arafat à França para que pudesse receber tratamento médico. “Ele (Sharon) se preocupou que os franceses o atendessem. Foi muito inteligente”, acrescentou.
“Os assassinatos não são alheios à política palestina, não sei quem pôde ter interesse em matá-lo, claro que nós não tínhamos”, assegurou Weisglas. Por sua parte, Raanan Guisin, que fora porta-voz de Sharon, assinalou que a acusação infundada se trata de um tema recorrente nos meios de comunicação, que “voltam com uma frequência de cada seis meses”.
Histórico – Arafat morreu em 2004, em um hospital de Paris. Na ocasião, a causa da morte foi apontada como um derrame e problemas circulatórios. Foi só em 2012 que sua família passou a considerar a hipótese de envenenamento, depois que um estudo preliminar em objetos pessoais apontou a presença de traços de polônio. Depois disso, o corpo dele foi exumado.
Outras análises para determinar um possível caso de envenenamento ainda estão sendo realizadas por cientistas franceses, palestinos e russos. Dessas investigações, apenas a conduzida pelo Ministério Público da França pode ser considerada independente porque não foi iniciada a partir de pedidos da família ou da autoridade palestina.
A própria viúva de Arafat, embora tenha usado uma retórica inflamada para lidar com o caso, evitou nesta quarta-feira apontar culpados pelo suposto caso de envenenamento.
A Autoridade Nacional Palestina (ANP) evitou comentar as conclusões do laboratório suíço e informou que só vai divulgar uma resposta oficial quando receber as conclusões das outras comissões de investigação.
(Com agência EFE)
Essa é uma matéria exclusiva para assinantes. Se já é assinante, entre aqui. Assine para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.
Essa é uma matéria fechada para assinantes e não identificamos permissão de acesso na sua conta. Para tentar entrar com outro usuário, clique aqui ou adquira uma assinatura na oferta abaixo
Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique. Assine VEJA.
Impressa + Digital
Plano completo da VEJA! Acesso ilimitado aos conteúdos exclusivos em todos formatos: revista impressa, site com notícias 24h e revista digital no app, para celular e tablet.
Colunistas que refletem o jornalismo sério e de qualidade do time VEJA.
Receba semanalmente VEJA impressa mais Acesso imediato às edições digitais no App.
Digital
Plano ilimitado para você que gosta de acompanhar diariamente os conteúdos exclusivos de VEJA no site, com notícias 24h e ter acesso a edição digital no app, para celular e tablet.
Colunistas que refletem o jornalismo sério e de qualidade do time VEJA.
Edições da Veja liberadas no App de maneira imediata.