Israel anunciou neste domingo o nome dos 26 prisioneiros palestinos que serão libertados esta semana dentro de acordo costurado pelos Estados Unidos para a retomada das negociações de paz na região. Todos foram condenados pela morte de israelenses. A libertação deve ocorrer na segunda-feira.
Sob forte pressão do secretário de Estado norte-americano, John Kerry, Israel e os palestinos retomaram as conversas por um acordo de paz julho. Como precondição, os palestinos tiveram de desistir da exigência para que Israel suspendesse a construção de assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. Em troca, Israel concordou em libertar 104 prisioneiros árabes – a terceira de quatro fases.
O governo israelense informou que os crimes foram cometidos antes do início das conversações de paz, em 1993. Todos cumpriram penas que variaram de 19 a 28 anos.
Revolta – Os parentes das vítimas israelenses protestaram contra a libertação. Meir Indor, chefe da Almagor, uma associação de famílias que perderam entes em ataques de militantes, acusou o governo de vender as vítimas. “Talvez as famílias dos assassinos fiquem felizes, mas é um dia triste para as vítimas do terror em Israel”, disse Indor. “É uma mensagem para os assassinos: você pode matar um judeu e ser solto. Você tem a proteção de Kerry.”
O secretário de Estado norte-americano, mediador dos acordos de paz, planeja voltar à região esta semana para acalmar as tensões crescentes. Em resposta à libertação, Israel disse que aprovará formalmente a construção de 1.400 moradias na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
Também neste domingo, uma comissão de ministros israelenses aprovou um projeto de lei para a anexação de uma parte da Cisjordânia próxima à fronteira entre Jordânia e Israel. O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, disse que o país tem de estar presente nessa área como medida de segurança. Mesmo assim, o projeto de lei, apoiado por legisladores descontentes com as negociações de paz, não deve ser aprovado no parlamento.
(Com Estadão Conteúdo)