O jogador de futebol Mahmoud Sarsak, detido por quase três anos em Israel sem qualquer acusação formal, foi libertado nesta terça-feira, após uma mobilização internacional que incluiu diversas federações do esporte e até a Fifa.
Recebido como herói em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, por centenas de palestinos, Mahmoud Sarsak, 25 anos, fez greve de fome por mais de três meses até obter a promessa de Israel sobre sua libertação.
“Minha libertação é uma vitória não apenas para mim, mas para todo o povo palestino, para todos os palestinos detidos nas prisões do invasor”, disse Sarsak.
Enfraquecido pela greve de fome, Sarsak pediu ao Fatah, movimento do presidente Mahmoud Abbas, e ao Hamas, que controla a Faixa de Gaza, que manifestem “a maior solidariedade” aos palestinos detidos em Israel.
Sarsak foi levado de ambulância ao posto de fronteira de Beit Hanoun, onde era esperado por sua família e por centenas de palestinos que agitavam bandeiras e exibiam fotos de prisioneiros palestinos.
O jogador seguiu então para o hospital Chifa da Cidade de Gaza, onde realizou exames médicos.
No dia 18 de junho passado, o advogado de Sarsak anunciou a conclusão de um acordo com a administração penitenciária israelense para acabar com a greve de fome do detento em troca de sua libertação, no dia 10 de julho.
A prisão administrativa, herança do mandato britânico na Palestina, permite a prisão sem acusação formal ou julgamento pelo período de seis meses, renováveis indefinidamente.
Sarsak foi preso no dia 22 de julho de 2009 na rodoviária de Erez, entre a Faixa de Gaza e Israel, quando atuava por um clube de Balata, no norte da Cisjordânia. As forças israelenses o acusaram de ser um “combatente inimigo”.