Israel intercepta carregamento iraniano de armas para Gaza
Operação ocorre enquanto premiê Benjamin Netanyahu realiza viagem aos EUA
O exército de Israel anunciou ter interceptado nesta quarta-feira um navio no Mar Vermelho que transportava um carregamento de “armamento avançado” destinado à Faixa de Gaza, onde seria usado por terroristas. O Ministério da Defesa acusou o Irã pelo envio da carga. As armas teriam sido fabricadas na Síria.
“Parece mais uma vez que o Irã continua sendo o principal exportador de terrorismo no mundo”, declarou o ministro da Defesa, Moshe Yaalon em um comunicado. A operação ocorre justamente em meio a uma visita do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, aos Estados Unidos, onde o chefe de governo vem fazendo seguidos discursos para que a comunidade internacional tome ações mais enérgicas contra o Irã e seu programa nuclear.
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O navio, chamado KLOS C, de bandeira panamenha, levava dúzias foguetes de fabricação síria M-302 e foi interceptado mais de 1.600 quilômetros ao sul de Israel entre as costas do Sudão e da Eritreia, afirmou o porta-voz militar tenente-coronel Peter Lerner. Segundo ele, o armamento foi transportado de avião de Damasco, na Síria, para o Irã. A partir daí, ele foi levado inicialmente para o Iraque e depois partiu com destino ao Sudão, onde seria provavelmente contrabandeado até a península do Sinai, no Egito, e daí para a Faixa de Gaza.
O coronel ressaltou que os M-302 têm alcance de até 160 quilômetros e teriam melhorado significativamente as capacidades de militantes de Gaza, colocando quase todo o território de Israel sob alcance. O grupo militante libanês Hezbollah usou M-302 em uma guerra com Israel em 2006, segundo as Forças Armadas israelenses. Autoridades iranianas ainda não se manifestaram sobre as acusações de Israel. Já o grupo terrorista Hamas, que controla a Faixa de Gaza, declarou, segundo a rede BBC, não ter qualquer tipo de envolvimento com o caso e disse que ação é apenas uma desculpa para manter o bloqueio israelense contra a Faixa de Gaza.
Conforme o tenente-coronel, a tripulação de dezessete homens do navio, que navegava com bandeira do Panamá, não era considerada suspeita e, provavelmente, não sabia o qual era o conteúdo do carregamento. O ministro da Defesa de Israel, Moshe Yaalon, disse que as armas eram estrategicamente “importantes”. “O Irã treina, financia e arma grupos terroristas na região e em todo o mundo e suas tentativas frustradas de transferir armas descobertas esta manhã são mais uma prova disso”, afirmou.
(Com agência France-Presse e Estadão Conteúdo)