Ramala, 14 mai (EFE).- Israel e prisioneiros palestinos chegaram a um acordo para pôr fim à greve de fome realizada nas últimas semanas por entre 1,5 mil e 2,5 mil detentos, informou nesta segunda-feira à Agência Efe Qadura Fares, presidente do Clube de Prisioneiros na Cisjordânia.
‘Chegou-se a um acordo e os detalhes serão divulgados nas próximas horas em entrevista coletiva’, disse Fares, que não quis revelar pormenores sobre o conteúdo do pacto.
Da Faixa de Gaza, outras fontes próximas aos presos palestinos disseram à Efe que o pacto, do qual já havia rumores desde o início do dia, foi conseguido com a mediação do Egito e se baseia em três pontos principais.
O primeiro determina que não sejam renovados os períodos de reclusão dos presos que cumprirem prisão administrativa, ou seja, que não forem julgados nem têm acusações contra si.
O segundo estabelece que o Serviço Israelense de Prisões ponha fim à política de isolar os presos. E o terceiro permite aos presos receberem visitas de familiares.
O protesto, seguido por entre 1,5 mil presos (segundo fontes israelenses) e 2,5 mil (segundo organizações palestinas de presos), começou no dia 17 de abril.
A medida de protesto havia sido iniciada, no entanto, por um grupo de presos que estão em torno de dois meses e meio em greve de fome, o que levou sua saúde a um ponto crítico.
É o caso de Thaer Halahle e Bilal Diab, que estavam há 77 dias sem comer; Hassan Safadi (71 dias); Omar Abu Shalal (69), Mohamad Taj (58), Jaafar Ezadin (54) e Mohamad al-Sarsik (57).
O acordo foi confirmado também pelo movimento islamita Hamas, que em um breve comunicado à imprensa notifica a assinatura do documento, enquanto a agência oficial de notícias palestina ‘Wafa’ indica que foi assinado na prisão de Ashkelon, ao norte de Gaza.
A essa prisão, tinha chegado nesta segunda-feira um alto funcionário do governo egípcio para acertar os detalhes do pacto com os comitês que os representam e com delegados do serviço penitenciário.
Vários jornais israelenses informaram nesta segunda-feira que o governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não estava interessado que a greve chegasse ao 15 de maio, dia em que os palestinos lembram a ‘Nakba’ (‘Catástrofe’).
Neste dia, os palestinos lembram o exílio que representou para eles a criação do Estado de Israel em 1948 e costuma estar carregada de tensão. Por isso, os serviços de segurança e o Exército estavam em estado de alerta máximo por receio de que a fusão dos dois assuntos mais sensíveis na vida dos palestinos – os presos e a Nakba – se transformassem nesta terça-feira em uma mistura explosiva. EFE