Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Israel e ONU firmam acordo sobre permanência de imigrantes

Memorando permite que metade dos cerca de 32 mil imigrantes africanos permaneçam em Israel; demais refugiados serão enviados a países ocidentais

Por EFE
2 abr 2018, 20h09

O governo de Israel anunciou nesta segunda-feira que alcançou um acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) que implica no cancelamento do controverso plano iniciado no começo deste ano para deportar milhares de imigrantes africanos.

Segundo o acordo, o Acnur transferirá a países ocidentais 16.250 imigrantes africanos e o governo israelense formalizará o status do resto, outros 16.000, que permanecerão em território israelense, informou em um comunicado o Escritório do Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

O acordo permitirá “a saída de um maior número de imigrantes de Israel sob patrocínio da ONU“, aponta o comunicado. Segundo o ministro, os imigrantes poderão seguir para países desenvolvidos como “Canadá, Alemanha e Itália“.

O pacto foi aprovado pela Procuradoria-Geral israelense e cumpre com os regulamentos estabelecidos pelo direito internacional.

O governo israelense anunciou também um plano de reabilitação para o sul de Tel Aviv, onde está concentrada a maioria de imigrantes, e se comprometeu a fazer “uma distribuição geográfica mais equilibrada das populações que permanecerão em Israel, com orientação trabalhista, formação profissional, adaptação de postos de trabalho, etc”.

Continua após a publicidade

Segundo o comunicado, tanto o premiê como o Ministério do Interior trabalharam para manter o plano anterior, que supunha a expulsão dos africanos a terceiros países, mas devido a limitações legais e dificuldades políticas, “foi necessário chegar a um entendimento novo e melhorado que assegure a partida contínua de milhares de imigrantes de Israel”.

O plano de deportação afetava 32.000 imigrantes africanos, na maioria procedentes da Eritreia e do Sudão e foi vetado em meados de março pela Suprema Corte de Israel, que ordenou o impedimento da expulsão de qualquer pessoa que não quisesse ir embora de maneira voluntária a um terceiro país africano.

O programa de expulsões, aprovado em janeiro, contemplava que milhares de imigrantes, em alguns casos solicitantes de asilo, fossem presos de maneira indefinida se não aceitassem ir embora a um terceiro país com incentivos que incluíam pagamentos em dinheiro e uma passagem de avião.

Continua após a publicidade

A ONG Hotline para Refugiados e Migrantes afirma que Israel assinou memorandos com Ruanda e Uganda para que aceitassem o contingente de pessoas expulsas — autoridades dos dois países africanos negam a existência de acordos desse tipo.

Itália nega acolher imigrantes

O Ministério de Relações Exteriores da Itália afirmou nesta segunda-feira que o país não assinou nenhum acordo para acolher imigrantes beneficiados pelo pacto entre Israel e o Acnur. As declarações de Netanyahu foram fortemente criticadas pela coalizão de direita comandada por Forza Itália e Liga Norte.

Um dos vice-presidentes do Senado, Roberto Calderoli, da Liga Norte, disse que a Itália não aceitará mais imigrantes ilegais e trabalhará para enviá-los de volta para casa. “Estamos longe de dar boas-vindas aos expulsos de Israel”, disse.

O senador Maurizio Gasparri, do Forza Itália, afirmou que o país se tornou o “paraíso dos imigrantes ilegais” e não quer acolher mais pessoas. Para ele, as pessoas que chegam ao litoral do país devem ir a outros lugares.

Continua após a publicidade

A coalizão de direita liderada pelos dois partidos venceu as eleições legislativas do último dia 4 de março. Uma das principais promessas de campanha era a deportação de 600.000 imigrantes ilegais do país.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.