Israel desiste de candidatura ao Conselho de Segurança da ONU
Países árabes fizeram campanha para bloquear o objetivo israelense de ocupar pela primeira vez um assento no órgão
Israel retirou nesta sexta-feira (4) sua candidatura a um assento no Conselho de Segurança da ONU em 2019 e 2020, depois de uma campanha de países árabes nas Nações Unidas para bloquear suas aspirações.
“Após consultá-lo com nossos sócios, inclusive nossos bons amigos, o Estado de Israel decidiu adiar sua candidatura a uma cadeira no Conselho de Segurança”, expressou a representação israelense em um comunicado.
A decisão deixa a via livre para que Alemanha e Bélgica ocupem as duas cadeiras disponíveis para o grupo de países da Europa Ocidental e Outros durante a votação na Assembleia Geral no próximo mês.
Mesmo assim, Israel disse que vai continuar trabalhando para obter sua “plena participação e inclusão” nos processos de tomada de decisão das Nações Unidas.
A priori, a candidatura israelense tinha poucas perspectivas de êxito, dada a inimizade que mantém com os países árabes e sua difícil relação com a própria ONU, à qual acusa de ser parcial.
O chanceler palestino, Riad al Maliki, afirmou no mês passado que os países árabes estavam fazendo tudo o possível para convencer a maior quantidade de nações a bloquear o objetivo de Israel de ocupar pela primeira vez um assento no Conselho de 15 membros, principal órgão executivo da ONU.
África do Sul e República Dominicana devem obter dois dos cinco postos disponíveis em junho, enquanto Indonésia e Maldivas disputam um dos lugares atribuídos ao grupo de países da Ásia Pacífico.
Israel nunca fez parte do Conselho de Segurança, onde Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China tem os cinco assentos fixos e outros dez países lhes acompanham como membros não-permanentes em turnos de dois anos.
As eleições para o biênio 2019-2020 estão previstas o próximo mês e nelas votam os 193 Estados-membros da organização.
(Com EFE e AFP)