Com agência Reuters
O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, disse nesta segunda-feira que é possível alcançar ainda neste ano um acordo com os palestinos a respeito das fronteiras e dos refugiados. O status de Jerusalém, contudo, não deverá ser decidido em 2008 — o que inviabiliza o projeto do presidente americano George W. Bush de deixar o cargo, em janeiro do ano que vem, com um acordo de paz assinado no Oriente Médio.
Os israelenses consideram que a cidade é sua capital “eterna e indivisível”. Já os árabes reivindicam a parte oriental, conquistada em 1967 pelo estado judeu, como a capital do futuro estado palestino. Olmert disse no começo do mês que Israel e os palestinos nunca estiveram tão perto de um acordo. Ele vem exaltando o processo de paz num momento em que tenta desesperadamente se manter no cargo, apesar de ser alvo de uma investigação de corrupção.
Em aberto – Fontes do governo dizem que Olmert cogita publicar um documento que definiria as fronteiras do futuro estado palestino, os procedimentos de segurança e o destino de milhões de refugiados palestinos e seus descendentes. Ficaria em aberto, porém, a questão mais polêmica de todas, a de Jerusalém.
“Não acredito que seja possível alcançar um acordo a respeito de Jerusalém antes do final do ano. Mas, nas outras questões-chave, as lacunas não são dramáticas”, disse Olmert em depoimento sigiloso a uma comissão parlamentar, segundo relato de uma fonte oficial que pediu anonimato. De acordo com essa fonte, Olmert sugeriu que, na ausência de acordo sobre Jerusalém, seja criado um “mecanismo” israelo-palestino para manter as negociações sobre o futuro da cidade durante 2009.
Assentamentos – No final desta semana, a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, recebe as respectivas delegações em Washington para um encontro tripartite do processo de paz. Olmert e o presidente palestino, Mahmoud Abbas, retomaram em novembro o processo de paz, com a meta de concluí-lo ainda durante o mandato do presidente dos EUA.
Mas várias questões — especialmente a ampliação dos assentamentos judaicos em Jerusalém e arredores — emperram as negociações nos últimos meses. Abbas defende um acordo definitivo e completo, que inclua todas as questões pendentes. O governo palestino não comentou as declarações de Olmert sobre Jerusalém.