Israel cerca hospital de Gaza com tanques e disparos matam 12 palestinos
Informações são do Ministério da Saúde local, controlado pelo grupo terrorista Hamas; exército israelense não fez comentários

O Ministério de Saúde de Gaza, controlado pelo grupo terrorista Hamas, afirmou que tanques israelenses cercaram o Hospital Indonésio, no norte do enclave, nesta segunda-feira, 20, e que disparos contra o complexo deixaram pelo menos 12 palestinos mortos e dezenas de feridos.
Nahed Abu Taaema, diretor do Hospital Nasser, na cidade de Khan Younis, no sul de Gaza, confirmou as informações à agência de notícias Reuters, embora tenha dito que as comunicações entre unidades de saúde “estão quase cortadas”.
Israel não emitiu comentários imediatamente após a atualização das autoridades de saúde, segundo as quais há 700 pacientes e funcionários sob fogo das forças de Tel Aviv.
A agência de notícias palestina WAFA informou que o centro médico, que fica na cidade de Beit Lahia, foi atingido por artilharia e que houve esforços intensos para retirar civis da zona de perigo.
Israel afirmou repetidamente que seus alvos em Gaza são apenas as “infraestruturas terroristas”, acusando o Hamas de usar a população local como escudos humanos. A equipe do Hospital Indonésio negou que houvesse militantes armados no local.
Tal como todas as outras unidades de saúde na metade norte de Gaza, o Hospital Indonésio, criado em 2016 com financiamento de organizações humanitárias indonésias, encerrou a maioria das operações, mas continua a abrigar pacientes, funcionários e civis que perderam ou deixaram suas casas para se protegerem dos ataques iseaelenses.
Israel ordenou que a população de Gaza esvaziasse o norte do enclave. As Nações Unidas estimam que cerca de 600 mil pessoas tenham deixado suas casas em direção ao sul, mas milhares de civis permaneceram na região, muitos deles abrigados em hospitais.
Também nesta segunda-feira, se intensificaram os combates entre militantes armados do Hamas e soldados israelenses nos arredores do campo de refugiados de Jabalia, no norte de Gaza, onde vivem 100 mil pessoas e que, de acordo com Israel, é um importante reduto do grupo terrorista.
No outro extremo da Faixa de Gaza, autoridades de saúde locais, controladas pelo Hamas, disseram que pelo menos 14 palestinos foram mortos em dois ataques aéreos israelenses que atingiram casas na cidade de Rafah, perto da fronteira com o Egito. Os habitantes de Gaza que fugiram do norte do enclave estão abrigados em áreas do sul, incluindo lá.
Cerca de 1.200 israelenses, a maioria civis, foram mortas no ataque do Hamas em 7 de outubro, o dia mais mortal nos 75 anos de história de Israel. Desde então, o governo de Gaza, dirigido pelo Hamas, disse que ao menos 13 mil palestinos foram mortos, incluindo pelo menos 5.500 crianças, devido à operação israelense no território.
As Nações Unidas afirmaram ainda que dois terços dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza ficaram desabrigados.