Israel ataca principal cidade do norte de Gaza por ambos os lados
Movimentação acontece três dias depois de início de grande ofensiva terrestre

Tropas e tanques de Israel atacaram a principal cidade do norte de Gaza de ambos os lados nesta segunda-feira, 30, três dias depois de terem iniciado uma grande ofensiva terrestre no enclave. Os militares afirmam ter matado quatro importantes lideranças do grupo militante palestino Hamas e atingiram mais de 600 alvos militantes nos últimos dias.
“Estamos nos movendo a partir do solo, detectando os terroristas e atacando do ar. Há também um envolvimento direto entre as forças terrestres e os terroristas. Os combates estão ocorrendo dentro da Faixa de Gaza”, disse Daniel Hagari, porta-voz militar.
Israel também renovou os alertas para que os civis se deslocassem do norte de Gaza para o sul, ao iniciar um grande avanço no território na noite da última sexta-feira, 27. Muitas pessoas, porém, permaneceram na cidade por medo de ficar sem abrigo e preocupadas com os bombardeios no sul.
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Moradores de Gaza relataram que as forças israelenses realizaram dezenas de ataques aéreos na zona leste da cidade, com alguns relatando o barulho de tanques chegando em meio a trocas de tiros.
Autoridades de saúde palestinas disseram que ataques aéreos atingiram perto de três grandes hospitais na cidade de Gaza. Israel acusa o Hamas de colocar centros de comando e armamento perto de hospitais, o que o grupo nega. O escritório humanitário da ONU, OCHA, disse que 117 mil civis estão abrigados ao lado de pacientes e médicos em unidades de saúde no norte.
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As autoridades médicas em Gaza, controladas pelo Hamas, afirmam que as investidas israelenses iniciados no dia 7 de outubro já deixaram 8.306 pessoas, incluindo 3.457 menores de idade.
O conflito também não está restrito à Gaza, o Hamas e a Jihad Islâmica disseram que estavam combatendo as forças israelenses na cidade de Jenin, na Cisjordânia, ocupada por Israel. O Ministério da Saúde palestino disse que quatro pessoas foram mortas lá nesta segunda-feira e Israel disse que um ataque aéreo matou vários combatentes.
Além disso, Tel-Aviv disse ter prendido 700 militantes do Hamas na Cisjordânia. A Associação de Prisioneiros Palestinos disse que 1.680 pessoas foram detidas, incluindo mulheres, idosos e menores.
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O início dos ataques terrestres em Gaza estimularam apelos internacionais por uma “pausa humanitária” para permitir a entrada de ajuda no enclave palestino. O Hamas supostamente estaria querendo uma trégua de cinco dias nas operações de Tel-Aviv para permitir a entrada de combustível no território. Em troca, os militantes libertariam todos os reféns civis detidos durante o ataque ao sul de Israel.
O OCHA disse que 33 caminhões transportando água, alimentos e suprimentos médicos entraram em Gaza no último domingo, 29, mas muitos mais seriam necessários para atender às necessidades locais e evitar distúrbios civis. No mesmo dia, pessoas invadiram lojas de ajuda humanitária em busca de alimentos.