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Israel anuncia novo assentamento após mudança da política americana

Esta será a primeira colônia a ser construída na Cisjordânia desde que os Estados Unidos passaram a reconhecer a política israelense como legitima

Por Da Redação
2 dez 2019, 12h29

O ministro da Defesa de Israel, Naftali Bennet, anunciou no domingo 1 a construção de novos assentamentos no centro da cidade de Hebron, na Cisjordânia. Segundo os palestinos, as novas casas para os israelenses são a primeira consequência da mudança do entendimento dos Estados Unidos sobre a legalidade das colônias.

No dia 18 de novembro, o governo americano declarou que as colônias israelenses na Cisjordânia não são “incompatíveis com o direito internacional”, apesar da comunidade internacional condenar os assentamentos por meio de resoluções na Organização das Nações Unidos (ONU). Parte do território da Cisjordânia é ocupado por Israel desde o fim da Guerra dos Seis Dias em 1967, e desde então são construídos novos assentamentos judaicos na área.

O anúncio também ocorre em meio à crise na política israelense. Com o prazo se esgotando para formar um novo governo, o Parlamento corre contra o relógio para nomear um próximo primeiro-ministro, evitando novas eleições — a terceira em menos de um ano.

Israel planeja implementar a nova colônia no antigo mercado central da cidade de Herbron, que possui cerca de 800 residentes judeus, com uma forte proteção militar, em meio a cerca de 200.000 palestinos.

Os moradores palestinos de Hebron costumam se manifestar para que seja reaberta a rua Shuhada, antigo centro econômico da cidade velha, fechada devido ao fato de israelenses viverem perto do local.

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A política de assentamentos israelenses teve início logo após a vitória de Israel em 1967, sendo duramente questionada e condenada pela comunidade internacional desde então. Mas, nos últimos anos, esse política foi ganhando força sob o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, e do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Nos últimos anos, Washington reconheceu a cidade de Jerusalém como capital de Israel e transferiu a embaixada americana de Tel Aviv para a cidade sagrada — o único país que mantêm uma embaixada em Jerusalém além dos Estados Unidos é a Guatemala. Em março de 2019, Trump também reconheceu como legítimo os assentamentos israelenses nas Colinas de Golã, um território próximo à Síria anexado pelos israelenses após 1967. 

Mais de 600.000 israelenses vivem em colônias na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, que “carecem de base legal e constituem uma violação flagrante do direito internacional”, segundo a resolução 2334 do Conselho de Segurança da ONU.

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A decisão de construir novas residências para colonos em Hebron “é o primeiro resultado palpável da decisão americana de legitimar a colonização”, reagiu o secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erekat. “Medidas concretas, incluindo sanções contra as colônias, são uma responsabilidade internacional”, assinalou.

Segundo Bennett, as colônias serão construídas onde existiu um mercado que era administrado pela comunidade judaica há 90 anos, e onde ocorreu um massacre de judeus por árabes em 1929. “Recuperar as terras de pessoas mortas pelo prefeito assassino de Hebron é um ato de justiça histórica que o povo judeu espera há 90 anos”, afirmou.

(Com AFP)

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