Israel anuncia investigação própria sobre ataque a flotilha
O grupo deve entregar suas conclusões antes de 4 de julho
Israel informou nesta segunda-feira que investigará por conta própria a operação executada contra uma flotilha de ajuda humanitária a Gaza que terminou com nove mortes e dezenas de feridos na semana passada. A decisão vem após o país rejeitar a proposta da Organização das Nações Unidas (ONU) para uma investigação internacional.
Uma equipe, composta por generais da reserva israelense, será encarregada de examinar o que aconteceu no dia 31 de maio. O grupo, liderado pelo general Giora Eiland, deve entregar suas conclusões antes de 4 de julho, informou um comunicado do governo.
Além do general Eiland, farão parte do comitê outros dois generais da reserva, um coronel da marinha e um funcionário de alta patente do ministério da Defesa. O governo de Benjamin Netanyahu criará uma “comissão de verificação” interna, da qual poderão participar juristas estrangeiros escolhidos por Israel, segundo a imprensa local.
Antes de emitir o comunicado com todos os detalhes, o ministro da Defesa, Ehud Barak, já havia falado ao Parlamento. Ele afirmou que a investigação somaria-se a um inquérito militar, buscando estabelecer se o bloqueio de quatro anos imposto contra Gaza e sua operação “cumpriram com os padrões da lei internacional”. Segundo o ministro, Israel examinará formas de minimizar o atrito ao impor as sanções à região, atualmente sob o governo do Hamas.
Barak também falou sobre a repercussão do incidente. “Desde o ocorrido temos ouvido e lido muito falatório. Sem dúvida, nos próximos meses, deveremos discutir as lições, talvez formas adicionais de atingir os mesmos objetivos do bloqueio, reduzindo o máximo possível o potencial de atrito”, afirmou.
No último domingo, Israel negou a proposta do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para uma investigação internacional conduzida pelo ex-primeiro-ministro da Nova Zelândia, Geoffrey Palmer, com representantes turcos, israelenses e norte-americanos.
Ataque – As tropas israelenses mataram a tiros nove turcos durante a operação na flotilha de ajuda humanitária que seguia para Gaza. Eles afirmaram que estavam respondendo à agressão de manifestantes que portavam facas e porretes.
(Com Reuters)