Israel alerta para ‘tolerância zero’ após ato terrorista
Um motorista ligado ao Hamas atropelou um grupo de pessoas, provocando a morte de um bebê. Episódio aumentou as tensões em Jerusalém Oriental
Por Da Redação
23 out 2014, 15h57
Um dia depois de um palestino atropelar um grupo de pedestres em um ponto de ônibus de Jerusalém, provocando a morte de um bebê e deixando oito pessoas feridas, a polícia israelense afirmou que vai aplicar “tolerância zero” ante qualquer tipo de ato violento na região. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, também advertiu em comunicado contra qualquer tentativa de ataque. “Jerusalém unificada foi e continuará a ser a capital de Israel para todo o sempre. Toda tentativa de atacar os habitantes de Jerusalém será severamente punida”.
Netanyahu também acusou o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, de incitar atos como o desta quarta. “Esta é a forma que os parceiros de Mahmoud Abbas no governo operam. Dias atrás, Mahmoud Abbas incitou meios de ferir os judeus em Jerusalém”, disse o premiê, referindo-se às declarações dadas pela Autoridade Palestina sobre os novos assentamentos que Israel planeja construir em Jerusalém Oriental. Abbas havia dito que os colonos deveriam ser impedidos “de todas as formas” de entrar na área em disputa.
Israel trata o incidente como ataque terrorista. Um representante do governo, Micky Rosenfeld, disse que o motorista “tinha antecedentes e chegou a cumprir pena de prisão por envolvimento em atividade terrorista”. Outro porta-voz de Netanyahu, Ofir Gendelman, afirmou que o atentado foi perpetrado por um “terrorista palestino membro do Hamas”.
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O homem foi identificado como Adbel-Rahman Shaloudi, de 21 anos. Ele foi baleado quando tentava fugir a pé depois de atropelar as pessoas, e acabou morrendo no hospital. Shaloudi era sobrinho de um integrante do Hamas que fabricava bombas para o grupo terrorista até ser morto na Cisjordânia, em 1988, informou a rede britânica BBC.
O ataque e a operação policial posterior exacerbaram as tensões no bairro em que o homem morava, Silwan, na ocupada e anexada Jerusalém Oriental, que recentemente foi cenário de distúrbios em consequência da instalação de colonos israelense. Além dos 360.000 colonos que moram na Cisjordânia, outros 200.000 moram nas áreas de colonização de Jerusalém Oriental, onde também vivem 290.000 palestinos, que reivindicam essa porção da cidade como capital de um futuro Estado.
(Com agências France-Presse e Reuters)
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