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Islamitas de Timbuktu continuam derrubando mausoléus

Por Por Serge Daniel
2 jul 2012, 10h47

Os islamitas que controlam Timbuktu (norte do Mali), onde destruíram sete dos 16 mausoléus de santos muçulmanos, continuaram nesta segunda-feira sua obra devastadora, que a promotora do Tribunal Penal Internacional (TPI) equiparou a “um crime de guerra”.

“Os islamitas acabam de destruir a entrada da mesquita Sidi Yayia de Timbuktu”, situada no sul da cidade. “Arrancaram a porta sagrada que nunca era aberta”, disse uma testemunha à AFP.

Esta informação foi confirmada por outros moradores de Timbuktu.

Um deles, que antes trabalhava como guia turístico desta cidade, declarou: “Vieram com picaretas, começaram a gritar “Alá” e arrombaram a porta. Isso é muito grave. Alguns dos civis que observavam choraram”.

Um membro da família de um imã que disse ter falado com os islamitas do grupo armado Ansar Din (Defensores do Islã), que ocupam esta cidade há três meses, disse que agiram assim porque “alguns diziam que no dia em que esta porta se abrisse seria o fim do mundo e quiseram mostrar que não é o fim do mundo”.

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A porta de madeira situada na ala sul da mesquita de Sidi Yayia estava fechada há décadas, já que, segundo as crenças locais, sua eventual abertura provocaria uma desgraça. Esta porta conduz a um sepulcro de santos e, se os islamitas soubessem, “teriam destruído tudo”, afirmou outra testemunha.

A cidade de Timbuktu e o Túmulo de Askia (norte do Mali), tomados pelos islamitas, foram incluídos na lista de patrimônio mundial em perigo a pedido do governo malinês, anunciou na quinta-feira a Organização da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

A destruição atual de mausoléus na cidade de Timbuktu é um “crime de guerra” que o Tribunal Penal Internacional (TPI) pode investigar, declarou no domingo em Dacar à AFP a promotora deste tribunal, Fatu Bensuda.

Depois de atacar os mausoléus de santos, o Ansar Din ameaçou no último fim de semana destruir as mesquitas da cidade, afirmando que agia “em nome de Deus” e em represália pela decisão da Unesco, no dia 28 de junho, de inscrever Timbuktu na lista de patrimônio mundial em perigo.

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A mesquita de Sidi Yayia é uma das três grandes mesquitas de Timbuktu, junto com as de Djingareyber e Sankore, jóias arquitetônicas do auge desta cidade.

A associação de líderes religiosos do Mali condenou “o crime de Timbuktu”. “Até o profeta (Maomé) ia visitar os túmulos e os mausoléus. Isso é intolerância”, considerou esta associação em um comunicado publicado no domingo.

A Unesco considerou que a presença de islamitas colocava em perigo Timbuktu, uma cidade mítica apelidada de “cidade dos 333 santos”, em referência aos personagens venerados de seu passado cujos túmulos se encontram ali.

Os islamitas do Ansar Din, assim como os do Movimento pela Unidade e pela Jihad na África do Oeste, aliados da AQMI, aproveitaram um golpe de Estado militar no dia 22 de março em Bamako para acelerar seu avanço em todo o norte do Mali. Atualmente dominam esta região, em detrimento dos rebeldes tuaregues. Seu objetivo é impor a sharia (lei islâmica) em todo o Mali

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