A Suprema Comissão Eleitoral do Iraque anunciou nesta quarta-feira 31 a anulação dos votos depositados em 1.021 urnas de diferentes centros eleitorais do país durante o pleito legislativo realizado em 12 de maio. A anulação deve-se a indícios de fraude no processo de votação.
Em comunicado, o órgão oficial que supervisionou as eleições garantiu que 954 urnas dentro do país e outras 67 foram anuladas. “Para a Comissão, não só era suficiente as queixas dos partidos, mas também o envio de comitês técnicos especializados para verificar as urnas, que acredita-se que foram manipuladas”, detalhou.
A entidade eleitoral garantiu que está aberta às queixas de todos os partidos e listas eleitorais e acrescentou que “seguirá recebendo apelações e não duvidará em tomar medidas contra qualquer violação (…) e defraudadores”.
Diferentes líderes e partidos políticos se queixaram da suposta fraude cometida durante o processo eleitoral e pediram a repetição dos pleitos. Um dos principais motivos foi o uso, pela primeira vez, do voto eletrônico.
A coalizão apadrinhada pelo clérigo xiita Moqtada al Sadr, Sairun (Marchamos, em árabe), integrada também pelo Partido Comunista iraquiano, foi a mais votada na capital e em outras províncias do país, segundo os dados anunciados pela Suprema Comissão Eleitoral.
De acordo com especialistas, as acusações de fraude foram uma tentativa dos políticos frustrados por sua expulsão do poder. Mas também reflete a decisão do país de virar a página após três anos de luta contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI).
Com o avanço eleitoral dos novos atores, muitas personalidades quase inabaláveis desde a queda da ditadura de Saddam Hussein perderam seu assento. Com o presidente do Parlamento, Salim al-Jabouri, no comando, eles apontam a controvérsia eleitoral.
Segundo a Suprema Comissão Eleitoral, a participação dos eleitores foi de 44,5%, menor do que os 60% das últimas eleições legislativas, em 2014.
(Com EFE e AFP)