Irã tenta obter urânio na América Latina, revelam arquivos
A República Islâmica sondou fornecedores em países como Venezuela e Bolívia
O Irã estuda desde 2006 a possibilidade de obter urânio em vários países da América Latina, em particular Venezuela e Bolívia, segundo os telegramas diplomáticos revelados pelo site WikiLeaks.
De acordo com o diário espanhol El País, uma das cinco publicações que tiveram acesso prévio aos mais de 250 mil telegramas confidenciais, as comunicações entre as embaixadas dos EUA na região e o Departamento de Estado mostram que Washington apurou até os mínimos detalhes sobre o interesse de Teerã no óxido de urânio.
Segundo o El País, os documentos expõem um comentário do ministro de Relações Exteriores israelense, Avigdor Lieberman, sobre o “desmesurado tamanho” da representação diplomática iraniana na Bolívia e sua relação com a busca de urânio no país andino.
O periódico insiste que é na Venezuela onde os iranianos estão desenvolvendo uma maior atividade relacionada com a obtenção de urânio, no que teria o respaldo do Governo de Hugo Chávez.
O diário menciona que testemunhos recolhidos pela embaixada de Washington em Caracas confirmaram a presença, em diferentes períodos que começam em 2004, de um total de 57 técnicos iranianos que trabalharam em organismos relacionados com a mineração e geologia.
Os telegramas que vazaram mostram que as embaixadas americanas vigiam de perto a presença de urânio em qualquer país da região, seja natural ou processado.
O diário cita um relatório secreto que adverte sobre a descoberta de munição com urânio empobrecido em um armazém das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e da existência no norte do Brasil, perto da fronteira com a Colômbia, de explorações ilegais de diversos minerais, entre eles o urânio, em poder de grupos como as Farc.
(com Agência EFE)